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À pala de Walsh
Críticas, Recuperados 6

Batman Forever (1995) de Joel Schumacher

De Ricardo Vieira Lisboa · Em 7 de Agosto, 2012

É em tom de provocação (só podia) que trago Batman Forever (Batman Para Sempre, 1995) como filme recuperado, agora que anda pelas bocas do mundo (são milhões, uma pipa de massa) o novo e último de Christopher Nolan. A questão prende-se com o incidente (?) de que Joel Schumacher (a quem muita gente roga pragas todos os dias pela manhã) fez um dos melhores filmes da saga.

Joel Schumacher percebeu algo que a Burton não interessou (porque estava mais preocupado em fundear o seu estilo gótico-barroco) e que Nolan nunca considerou (porque está demasiado ocupado a fazer filmes sérios e “negros” – a praga das adaptações de bandas desenhadas que têm que ser “negras”, ai que escurinho) que é: o material de base é uma banda desenhada (antigamente não havia cá essa coisa das graphic novels) ou, como se diz nas terras do tio Sam, comic strips. Aqui está, as histórias de quadradinhos não são dramas psicológicos nem exercícios de estilo, são antes de mais comics, cómicas portanto. E portanto Schumacher fez um filme à medida do seu material, mantendo todas as personagens a duas dimensões (porque é de papel colorido que estamos a falar) pactuando com actores (Jim Carrey e Tommy Lee Jones, quem mais, e uma Nicole Kidman tão inocentinha, tão fosforescente) que levaram ao ridículo todas as situações que os quadradinhos obrigavam. E antes de prosseguir note-se que a coisa é continuada em Batman & Robin (Batman & Robin, 1997) com um Bane absolutamente atrasado mental (ainda não vi o que Nolan trouxe, mas parece que ele andou estes anos todos a tomar suplementos para o cérebro) e uma Uma Thurman e um Arnold Schwarzenegger nos limites do suportável (mas o senhor Arnold viveu sempre sobre essa linha que divide o cool do parvo). Mas então até parece que não gosto do filme. Muito pelo contrário, há neste festim de idiotice qualquer coisa de inocente que me seduz. Vamos ao filme, que é para isso que cá estamos.

O filme começa, uma música épica (e não é o Hans Zimmer com o seu tã tã tã), fumos e luzes, engenhocas e fatos musculados, um homem-morcego atravessa um cenário ciber-punk, chega ao pé do carro-morcego (tudo leva um morcego à perna) e de repente temos o mordomo (Ambrósio?) a perguntar: quer que lhe prepare uma sandes para o caminho? e, se a coisa já não era ridícula por si, o encapuzado responde, não se preocupe, eu passo por um drive-in. Só isto já pareceria um filme de paródia (do estilo dos ZAZ), mas a verdade é que é oficial, Tim Burton é o produtor. Mas a tontice continua, temos um carro que sobe paredes e um número de kung-fu para estender a roupa, o mais arbitrário dos vilões (será que o Cormac MacCarthy viu o filme? o No Country for Old Men só foi editado em 2005) e Carrey está em topo de forma com todas as suas caretas e gritinhos e algazarra. Mas aquilo que nos conquista de imediato é a cor: nunca Gotham foi uma cidade tão colorida, tudo em roxo e verde, o céu de dia é cor-de-rosa e sentimos que está toda a gente numa trip de LSD ou um outro estupefaciente de marca branca.

Depois há a questão do fascismo, já sabemos que o historial da Marvel é fascista, oops!, não me batam, queria dizer DC Comics, vá, queria dizer super-heróis em geral. Aqui Schumacher segue essa veia à risca e temos um plano que é por si só esclarecedor: numa perseguição pelos ares, o morcego vai pendurado num helicóptero e a coisa dá porrada a torto e a direito, o duas-caras salta borda fora e o nosso cavaleiro das trevas despenha-se numa bola de fogo contra a estátua da liberdade – in your face, democracy!

Mas quantos filmes de super-heróis colocam a questão da zombificação pelos media? Esse é o plano do Riddler, um vilão que actua através da estupidificação dos espectadores de televisão, com um novo sistema de total imersão: o 3D (profético?). Vendo televisão as pessoas não só ficam aparvalhadas como se estabelece um sistema de captura das ondas eletromagnéticas do cérebro criando-se um gigante Big Brother, onde já não há nada privado e portanto onde todos estão à mercê das loucuras do nosso ponto de interrogação ambulante. Aqui está a questão: se podemos fazer interpretações sobre o mundo pós-11 de Setembro nos filmes de Nolan é porque queremos justificar todo o hype (e também o preço do bilhete), mas na verdade não há lá nada, zilch (como disse Luís Miguel Oliveira o Nolan é nulo, quase que rima). Enquanto que Schumacher ao menos queria entreter. Nolan não sabe o que quer, são explosões umas atrás das outras e espaço para sub-textos inexistentes que não dão com nada. Percebo que o que me faz gostar mais deste filme não é tanto o filme em si, mas nulidade das versões Nolianas; aqui ao menos havia uma consciência do ridículo, era uma brincadeira. Para Nolan as coisas são para levar a sério, e isso não tem graça nenhuma.

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1990'sChristopher NolanJim CarreyJoel Schumacher

Ricardo Vieira Lisboa

O cinema é um milagre e como diz João César Monteiro às longas pernas de Alexandra Lencastre em Conserva Acabada (1999), "Levanta-te e caminha!"

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6 Comentários

  • Dinis Correia diz: 7 de Agosto, 2012 em 15:59

    Como, exactamente, é que “antigamente não havia cá essa coisa das graphic novels”?

    Inicie a sessão para responder
  • CINE31 diz: 7 de Agosto, 2012 em 16:33

    Tirando os do Nolan, este é o meu favorito do Batman. Os do Burton são bonitinhos mas suporíferos. Aqui ao menos não há vergonha de ser divertido. Mas o Batman & Robin para mim já não funciona, tal o aumento exponencial de tolices 🙂

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  • astropensar diz: 7 de Agosto, 2012 em 17:03

    Acho que há aqui algum desconhecimento em relação à banda desenhada (os comics, que nem sempre são cómicos) do Batman. Em primeiro lugar, existem várias bandas desenhadas com um pendor psicológico fortíssimo, e esta é uma delas. O sucesso do Spider-Man, por exemplo, decorre muito mais da densa matriz emocional do personagem (que nenhum filme captou) do que, propriamente, das situações cómicas ou de acção. Depois, as bandas desenhadas do Batman foram se tornando progressivamente mais negras, com um Batman com menos cor, contrariando os volumes iniciais. Daí muitos fãs da BD dizerem que os últimos filmes estão muito mais aproximados da realidade presente nos livros.

    Também não percebo como é que se pode dizer que o Nolan é nulo, quando ele próprio iniciou um novo discurso relacionado com os super-heróis no cinema. O retrato negro, escuro e tétrico dos heróis de banda desenhada começa com Nolan e vários seguiram a mesma linha estética. Depois, o facto do autor deste texto não conseguir ver o sub-texto nos filmes do Nolan não quer dizer que não haja: aliás, falar de mais sub-texto no filme do Schumacher do que nos filmes do Nolan é, imediatamente, um exercício caricatural que demonstra algum sentimento de aversão em relação ao realizador dos últimos filmes.

    Para além disso, e para finalizar, esta trilogia é muito boa em termos de ritmo, montagem, cinematografia e o Bale faz um excelente trabalho como Batman. Não sendo obras-primas (haverá algum filme de heróis que seja uma obra-prima?) são excelente filmes que cumprem a sua função de entretenimento. E, para quem está mesmo atento, é possível perscrutar muito mais.

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    • Ricardo Mestre diz: 7 de Agosto, 2012 em 17:34

      Like. Subscrevo.

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  • Ivo Santos (@dashraven) diz: 7 de Agosto, 2012 em 18:36

    Cada um tem a sua opinião, e portanto vou expor a minha. Tal como já disseram o Batman é das personagens mais “dark” da BD. Afinal, estamos a falar de um orfão que vive numa gruta na maioria do seu tempo. Depois, temos de considerar que esta triologia do Nolan é based no Dark Night do Frank Miller. E quem conhece essa continuidade, se é que se pode chamar assim, entende perfeitamente a escuridão. Só assim faz sentido algo como o que acontece no filme. Depois há coisas que Nolan usa ou não usa que faz todo o sentido. Posso estar equivocado, mas iria jurar que o fato do batman é o mesmo ao longo da triologia; as personagens desenvolvem-se ao longo dos três filmes, e os vilões tem o seu proposito. E claro, os actores. Bale é genial como Batman, consegue parecer o Playboy que Kilmer ou Clooney faziam bem, e tem aquele ar frio de Michael Keaton como Batman.Michael Cane é um Alfred genial, e funciona como a voz da consciencia, Gary Oldman retrata bem o Comissário Gordon. E os vilões são geniais. Heath Ledger foi um Joker monstruoso, mas Liam Nielsen e Tom Hardy são igualmente monstruosos. E aquilo que mais me agradou neste filme foi não ter a sensação do irrealismo tipico de filmes de super heróis. Os ultimos filmes Marvel são muito bons, mas este tem uma sensação de realismo visual que o distingue. Como disse, cada um tem a sua opinião. E dos 7 filmes mais recentes do Batman, acho que a triologia do Nolan vem em primeir lugar e que Batman Forever e Batman and Robin são demasiado horriveis para fazer parte da história desta personagem

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  • Ricardo Vieira Lisboa diz: 7 de Agosto, 2012 em 23:59

    Eu conheço a versão ‘negra’ de Miller, The Dark Night, e que a coisa é diferente das histórias originais da DC, mas o problema com a escuridão de Nolan é aquela que o João Lameira aponta no seu texto ao filme (publicado aqui ao lado) mais recente: embora escurinho, tudo está limpo, é um negro de pechisbeque, fool’s gold. Mas concordo que o material que Nolan adapta é outro e portanto a adapatção teria que ser diferente, eu simplesmente não gosto, é fácil.

    Vergonha de ser divertido,isso não se pode negar.

    O outro problema com os filmes do Nolan é o facto que um realizador com um orçamento como os que ele tem e o direito o director cut, autor-realizador, tinha obrigação de (pelo menos no último filme) não vergar de forma tão óbvia ao amontoado de explosões e sequências de acção cada vez mais espectaculares mas tão competentes e anónimas como um qualquer Emmerich em piloto automático.

    Muito obrigado a todos pelos vossos comentários que só enriquecem o meu texto e esclarecem aquilo que eu não encarei.

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