Vittorio Cottafavi é um daqueles realizadores que, pela sua audácia (ou falta dela), foram sendo empurrados para as traseiras da história do cinema. Em 1949 um filme como Fiamma che non spegne, tendo como herói de resistência um carabinieri, trouxe-lhe a forte censura da inteligentsia italiana e a sua “expulsão” dos assuntos delicados do então pujante neo-realismo. A consequência foi dura e com resultados visíveis: uma carreira de quase 75 títulos sobretudo elaborada no interior dessa “distância de segurança” que eram os melodramas, o peplum e o exílio televisivo.
O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.