Sob a capa de uma adaptação sensaborona de um clássico do romance de espionagem de John le Carré, de um thriller pastelão com a marca dos anos 70, de uma obra de prestígio para inglês ver [pois foi assim que Tinker Tailor Soldier Spy (A Toupeira, 2011) foi vendido e quase toda a gente comprou a ideia, principalmente os críticos], o sueco Tomas Alfredson e o casal de argumentistas Bridget O’Connor (que morreu de cancro antes das filmagens) e Peter Straughan fizeram um dos filmes mais inteligentes deste milénio. Isto, sim, é cinema intelectual.
O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.
Sem Comentários
Belo texto. A reler mais devagar, tentando apanhar as imagens que nos acodem.
Para um leigo como eu, não será fácil ler as palavras e imaginar as cenas do filme.
De qualquer maneira há uma ideia que é, sempre foi, clara. O cavaleiro das trevas bem que podia continuar morto.
Bom texto. E se, tal como refere também na crítica, ficamos atordoados e confusos com a primeira visualização do filme (fiquei mesmo, completamente), também é verdade que outros aspectos, determinantes, nos saltam à vista – a montagem, alguns planos a dizerem mais que a maioria dos diálogos, a fotografia, toda a encenação, e em geral todas as principais interpretações. Preciso de o rever, dado que neste momento ainda estou “atordoado” com a primeira investida….
Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo
O que é interessante numa revisão do filme é que, como escrevo na crítica, se percebe não falta absolutamente qualquer informação necessária para se entender o filme.
Adorei, precisamente pelo que dizes, é um filme com uma trama complexa, longa e que consegue contar a história de uma forma pausada, há momentos em que se deixa o filme respirar. Quando olhamos para ele como um todo neste aspecto é uma coisa maravilhosa, um filme mto clínico.
Alguém me disse que a série era mto melhor, tb podem dizer do livro, claro está que não é comparável,a série tem uma data de episódios para contar a mesma história o filme tem 2h. Impressionante trabalho desta equipa, já tinha gostado do Let the right one in e com este o realizador ainda ganha mais força.
Ainda torci pelo Oldman nos óscares (como se fizesse diferença)
Abraço
Fiz o mesmo (torcer pelo Oldman e pelo argumento, que é formidável).
Vi dois ou três episódios da série e, apesar do Alec Guiness, do restante elenco e daquela patine das séries inglesas antigas, pareceu-me menor do que o filme. Não é tão elegante, nem sofisticada, deixa a história estender-se, o que não é propriamente positivo. Um dos pontos forte do argumento da bridget O’Connor e do Peter Straughan é que a dada altura a história é um motivo para o resto. Mas, lá está, apaixonei-me por esta versão, dificilmente iria gostar de outra.
[…] Canal + o Tinker Tailor Soldier Spy (A Toupeira, 2011), filme que alguma crítica desprezou [não esta], quanto a mim injustamente”. Depois saltou para o fim da tarde (20:50) e reviu no Arte o […]