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Críticas, Em Sala 0

En kongelig affære (2012) de Nikolaj Arcel

De Ricardo Vieira Lisboa · Em 20 de Março, 2013

Não será com espanto que no final de En kongelig affære (Um Caso Real, 2012), quando já descem os créditos finais, encontramos um nome familiar no conjunto de produtores executivos: Lars Von Trier. Já lá vão mais de 15 anos que o Dogma fez a sua aparição e logo desde início percebemos que não era coisa para durar. De qualquer forma, para quem reverenciava os dez mandamentos do voto de castidade que o grupo impunha (alguns deles tão ridículos como não se poder filmar assassínios ou usar props) aparecer agora como mentor de um dramalhão de época à inglesa é, no mínimo, intrigante.

Antes de irmos ao filme, e convenhamos não há muito para onde ir, debrucemos-nos sobre o referido Dogma. Formado inicialmente por Trier e Thomas Vinterberg [que estreou há duas semanas Jagten (A Caça, 2012)] o propósito era fazer filmes que fizessem o contraponto aos produtos de orçamentos milionários, sem o peso do academismo (ou outro qualquer) e a custo zero. Mas, logo à partida, o manifesto foi usado como manobra de marketing inteligentíssima na celebração do centenário da criação do cinema, dando atenção a um conjunto de cineastas dinamarqueses que, fora o próprio Trier, pouco ou nada haviam feito. O resultado está à vista, Lone Scherfig faz hoje comédias românticas nas Américas, Susanne Bier faz dramas que ganham prémios da Academia e Von Trier é mais conhecido que nunca (e faz filmes cada vez piores). O que ficou, além de uma catapulta para os participantes, foi pouco, ou muito pouco.

Feito o parêntesis introdutório podemos olhar para a obra de Nikolaj Arcel. O que cedo percebemos é que esta é uma história que já ouvimos dezenas de vezes: uma duquesa casa com um príncipe de uma terra estrangeira e é muito infeliz por lá, até que aparece-lhe um bem formado serviçal – neste caso um médico, interpretado por Mads Mikkelsen, a estrela do cinema dinamarquês – e não tarda muito já temos caso – um caso real. Note-se que aqui tanto é real o caso, no sentido em que se trata de realeza, como é real a história que se conta, uma vez que se pretende fazer um retrato do reinado de  Christian VII. Se já conhecemos a história, então é possível que o tom seja diferente do que estamos habituados. Mas nem isso. Os bastidores da corte nunca chegam ao intrincado pervertido de Stephen Frears, os passeios pelo bosque não são nem romântico-virtuosos como os de Joe Wright nem infinitamente sedutores como os de Pascal Ferran. En kongelig affære tenta ser um bocadinho de todos e não consegue nunca decidir-se por nenhum. Demora um tempo infinito na reconstituição histórica e torna lateral o triângulo amoroso, obrigando-nos a mais de duas horas de filme que parecem estender-se interminavelmente. Se há algumas ideias de composição do plano ou até de introdução de perspectivas nos pensamentos iluministas tudo isso é arrasado por uma mão tão pesada que esmaga tudo (muito ao gosto da Academia de Hollywood que nomeou o filme na categoria de Melhor Filme Estrangeiro).

Talvez sobreviva à mão pesada apenas um actor de nome impronunciável, Mikkel Boe Følsgaard – que o plantel de jurados da berlinale do ano passado soube premiar. Interpreta ele o dito rei encornado, mas a composição é muitíssimo eloquente. O papel é o de rei atolambado controlado pelos seus conselheiros, mas há aqui uma mistura de vulnerabilidade e de incapacidade de aceitar o próprio poder e o próprio crescimento que são impecavelmente construídas. Mas de novo, o olho de Arcel não deixa nada pela metade e, por isso, tudo aquilo que era delicado no trabalho de Følsgaard é terraplanado por um simbolismo infantil que reduz ao ridículo o rei perturbado.

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Ricardo Vieira Lisboa

O cinema é um milagre e como diz João César Monteiro às longas pernas de Alexandra Lencastre em Conserva Acabada (1999), "Levanta-te e caminha!"

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