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Bulao qishi (2012) de Hua Tien-hau

De Helena Ferreira · Em 17 de Maio, 2013

Taiwan tem assistido a um grande fôlego de produção documental nos últimos anos que se tem traduzido em várias exibições no circuito de festivais e até comercial local, embora com pouca expressão internacional. Bulao qishi (Go Grandriders, 2012), um dos documentários taiwaneses de maior sucesso, vai poder ser visto numa sessão dupla no Espaço Nimas juntamente com outro documentário da ilha, Si ma ku si (A Year in the Clouds, 2011).

O documentarismo taiwanês recente é marcado por uma grande heterogeneidade de temas e abordagens. De produções mais “bilhete-postal” que acompanham atracções turísticas a trabalhos mais abstractos e exibidos em museus, há uma miríade de filmes que focam temas tão diferentes como companhias de teatro [Taibei boximiya (Taipei’s Bohemians, 2004)], ginastas infantis [Fangun ba! Nanhai (Jump! Boys, 2005)], escritores locais consagrados [por exemplo, Xunzhao bei hai de ren (The Man Behind the Book, 2011) sobre Wang Wen-hsing] ou figuras algo marginais [Tengxi tiandi (Cherish, 2010)]. De todos emerge um olhar particularmente atento aos espaços – nomeadamente os espaços da própria ilha de Taiwan cuja identidade é inextrincável do seu cinema também de ficção – e um sentido humanista. Bulao qishi, que chegou aos cinemas taiwaneses cerca de um ano depois de outro documentário centrado em pessoas idosas, Qingchun laladui (Young at Heart: Grandma Cheerleaders, 2011), é um exemplo recente da popularidade que o documentário está a ter em Taiwan – afinal, não é em todo o lado que um documentário é classificado como “sucesso de bilheteira”.

Bulao qishi acompanha um grupo de 17 “avôs” (para além de uma senhora) que, com uma idade média de 80 anos e alguns com bem mais que isso, irão percorrer a ilha Formosa de mota (o meio de transporte mais comum em Taiwan). Devidamente acompanhados por uma equipa de assistência, os 17 irão atravessar sol, vento e chuva e confrontar-se com as suas fraquezas (doenças, acidentes) mas, sobretudo, consciencializar-se da sua enorme força e redescobrir uma sensação de “estar vivo” que talvez só seja possível pela estrada fora.

O documentário segue a jornada dos viajantes na sua viagem pela costa de Taiwan, de Taichung para sul, depois para Norte até regressar ao ponto de partida. Pelo caminho há paragens e visitas, nomeadamente a lares de idosos onde os 17 magníficos são recebidos como heróis. É, no entanto, quando o filme se centra nas histórias dos participantes que a dimensão de retrato de Taiwan melhor emerge – juntamente, claro, com as belas imagens de fugida do recorte costeiro da ilha. Sem nunca detalhar demasiado o seu passado e presente, o filme dá em fragmentos um retrato da pluralidade linguística, religiosa e histórica de Taiwan. Há, por exemplo, o soldado nacionalista que chegou no final dos anos 1940 e que não voltou a ver a mãe na China continental, e um antigo treinador de pilotos kamikaze que ainda sabe cantar a canção japonesa dos tempos da guerra. Separa-os um passado de conflito, une-os o presente da experiência na paisagem formosina.

Talvez esperássemos um olhar mais contemplativo de um documentário sobre octogenários em viagem. Mas o ritmo do filme é quase frenético, o que não deixa de lhe imprimir uma energia particular que reflecte bem a dos seus protagonistas. O filme tem uma mensagem, mas nunca deixa que as intenções abafem a expressão de respeito e admiração pelo feito do grupo. E, acima de tudo, a heroicização dos “avôs” advém precisamente da sua humanidade. Acima de tudo, este é um testemunho de uma sociedade a olhar-se a si própria e a fomentar uma consciência social e cívica muito particular no contexto mundial mas que, ao mesmo tempo, consegue ter um apelo além-fronteiras e além-idades.

Bulao qishi passa amanhã, dia 18 (sábado), às 15:30 no Espaço Nimas. É exibido numa sessão dupla que conta também com Si ma ku si, às 18h. As sessões são gratuitas, mas é necessário reservar lugar por email ou telefone (taipeilisbon@gmail.com; 213151279/80).

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2010'sHua Tien-hao

Helena Ferreira

“Maybe, too, the screen was really a screen. It screened us... from the world” (The Dreamers)

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