• Homepage
    • Quem Somos
    • Colaboradores
  • Dossier
    • Raoul Walsh, Herói Esquecido
    • Os Filhos de Bénard
    • Na Presença dos Palhaços
    • E elas criaram cinema
    • Hollywood Clássica: Outros Heróis
    • Godard, Livro Aberto
    • 5 Sentidos (+ 1)
    • Amizade (com Estado da Arte)
    • Fotograma, Meu Amor
    • Diálogos (com Estado da Arte)
    • 10 anos, 10 filmes
  • Críticas
    • Cinema em Casa
    • Em Sala
    • Noutras Salas
    • Raridades
    • Recuperados
    • Sem Sala
  • Em Foco
    • Comprimidos Cinéfilos
    • Divulgação
    • In Memoriam
    • Melhores do Ano
    • Palatorium Walshiano
    • Passatempos
    • Recortes do Cinema
  • Crónicas
    • Entre o granito e o arco-íris
    • Filmes nas aulas, filmes nas mãos
    • Nos Confins do Cinema
    • Recordações da casa de Alpendre
    • Week-End
    • Arquivo
      • Civic TV
      • Constelações Fílmicas
      • Contos do Arquivo
      • Do álbum que me coube em sorte
      • Ecstasy of Gold
      • Em Série
      • «Entre Parêntesis»
      • Ficheiros Secretos do Cinema Português
      • Filmado Tangente
      • I WISH I HAD SOMEONE ELSE’S FACE
      • O Movimento Perpétuo
      • Raccords do Algoritmo
      • Ramalhetes
      • Retratos de Projecção
      • Se Confinado Um Espectador
      • Simulacros
      • Sometimes I Wish We Were an Eagle
  • Contra-campo
    • Body Double
    • Caderneta de Cromos
    • Conversas à Pala
    • Crítica Epistolar
    • Estados Gerais
    • Filme Falado
    • Filmes Fetiche
    • Sopa de Planos
    • Steal a Still
    • Vai~e~Vem
    • Arquivo
      • Actualidades
      • Estado da Arte
      • Cadáver Esquisito
  • Entrevistas
  • Festivais
    • Córtex
    • Curtas Vila do Conde
    • DocLisboa
    • Doc’s Kingdom
    • FEST
    • Festa do Cinema Chinês
    • FESTin
    • Festival de Cinema Argentino
    • Frames Portuguese Film Festival
    • Harvard na Gulbenkian
    • IndieLisboa
    • LEFFEST
    • MONSTRA
    • MOTELx
    • New Horizons
    • Olhares do Mediterrâneo – Cinema no Feminino
    • Panorama
    • Porto/Post/Doc
    • QueerLisboa
  • Acção!
À pala de Walsh
Críticas, Em Sala 0

The Loneliest Planet (2011) de Julia Loktev

De João Lameira · Em 22 de Maio, 2013

Há uma ideia muito interessante em The Loneliest Planet (Um Planeta Solitário, 2011), a de que o fim do amor pode dar-se num segundo, em que o que era unidade se separa na distância de dois corpos. Nada de novo, o tema foi explorado, por exemplo, em Le mépris (O Desprezo, 1963), adaptação do romance de Alberto Moravia mas, de qualquer forma, um assunto com pano para mangas. E, de resto, o filme de Jean-Luc Godard não se resumia a ele. Já o de Julia Loktev, sim. De tal forma que o espreme ao longo da mais de hora e meia de duração, deixando o espectador sem sumo que lhe sacie a sede.

É que por trás dos aparentes minimalismo (de facto, quase nada se passa, vazio que o agreste cenário da cordilheira do Cáucaso e os apontamentos musicais sobre longos planos longos enfatizam) e subtileza (realmente, os sentimentos nunca são declarados verbalmente), características imprescindíveis ao cinema mais “artístico”, mostra-se a mão pesadíssima da realizadora russo-americana. The Loneliest Planet (o título parece ser um jogo de palavras com o guia de viagens Lonely Planet, uma vez que os protagonistas são turistas numa terra estranha, no duplo sentido da palavra, mas também com a condição solitária de qualquer ser humano) não é verdadeiramente subtil, já que Loktev obriga os actores (um enfastiado Gael García Bernal e uma ruivíssima Hani Furstenberg), se não ao overacting, a uma representação em traço grosso (Bernal, no momento fulcral do filme, faz quase pantomina), e só pode ser considerado minimalista porque, como escrevi antes, não tem muito mais para dar, a não serem uns esboços de pensamentos sobre a incomunicabilidade, representada na Babel das personagens – uma americana, um sul-americano, um georgiano -, ainda que toda a gente fale inglês e se entenda, e a masculinidade – será que o guia interpretado por Bidzina Gujabidze é mais “homem” do que Bernal? E que importância isso tem para uma mulher do Primeiro Mundo, sofisticada e viajada? [só com esse material, Sam Peckinpah erigiu uma obra-prima: Straw Dogs (Câes de Palha, 1971).]

No entanto, há essa ideia muito interessante em The Loneliest Planet, a do fim do amor, que se coadunaria melhor com uma curta-metragem ou, pelo menos, com um filme mais curto. Da mesma maneira que um conto de Raymond Carver não poderia ser maior (poderia e seria talvez, não fosse o editor, mas isso são contas de outro rosário), Loktev deveria ter comprimido o seu filme, adaptado também ele de um conto, de Tom Bissell, com o evocativo título Expensive Trips Nowhere, até encontrar a medida certa. Ou, paradoxalmente, poderia ter decidido estendê-lo, tivesse o espírito obsessivo de outros cineastas. Ao invés, Loktev desliza na superfície da sua premissa, comprazendo-se na repetição, cansando depressa o espectador, que percebe para onde o filme vai ainda este não sabe que para lá caminha. The Loneliest Planet mais parece um Antonioni de fancaria.

Julia Loktev como que emula a personagem da sua primeira longa-metragem Day Night Day Night (2006) [que, como The Loneliest Planet, teve estreia portuguesa no IndieLisboa], uma terrorista com a missão de se fazer explodir no centro de Nova Iorque que não chegava a accionar a bomba que carregava: fica-se pelas meias tintas.

Partilhar isto:

  • Twitter
  • Facebook
2010'sGael García BernalHani FurstenbergJulia LoktevRaymond CarverSam Peckinpah

João Lameira

"Damn your eyes!"

Artigos relacionados

  • Críticas

    “No Bears”: só há ursos quando os homens assim os legitimam

  • Contra-campo

    “Aftersun”: a tensão suave da memória

  • Cinema em Casa

    “Time to Love”: amor, um caminho interior

Sem Comentários

Deixe uma resposta

Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.

Últimas

  • Não à blindagem

    6 de Fevereiro, 2023
  • “No Bears”: só há ursos quando os homens assim os legitimam

    3 de Fevereiro, 2023
  • “Aftersun”: a tensão suave da memória

    1 de Fevereiro, 2023
  • “Time to Love”: amor, um caminho interior

    31 de Janeiro, 2023
  • Apocalypse Now: as portas da percepção

    30 de Janeiro, 2023
  • A medida das coisas

    26 de Janeiro, 2023
  • “Saute ma ville”, “La Chambre” e “Portrait d’une paresseuse”: a casa-retrato de Chantal Akerman

    25 de Janeiro, 2023
  • “Terrifier 2”: ‘gore, gore, gore’

    24 de Janeiro, 2023
  • O sol a sombra a cal

    23 de Janeiro, 2023
  • “Ar Condicionado”: a potência do incerto

    18 de Janeiro, 2023
  • “The Bad and the Beautiful”: sob o feitiço de Hollywood, sobre o feitiço de Hollywood 

    17 de Janeiro, 2023
  • Três curtas portuguesas à porta dos Oscars

    16 de Janeiro, 2023
  • “Barbarian”: quando o terror é, afinal, uma sátira contemporânea

    13 de Janeiro, 2023
  • “Frágil”: apontamentos sobre o cinema da amizade

    11 de Janeiro, 2023
  • “Broker”: ‘babylifters’

    10 de Janeiro, 2023
  • Quem Somos
  • Colaboradores
  • Newsletter

À Pala de Walsh

No À pala de Walsh, cometemos a imprudência dos que esculpem sobre teatro e pintam sobre literatura. Escrevemos sobre cinema.

Críticas a filmes, crónicas, entrevistas e (outras) brincadeiras cinéfilas.

apaladewalsh@gmail.com

Últimas

  • Não à blindagem

    6 de Fevereiro, 2023
  • “No Bears”: só há ursos quando os homens assim os legitimam

    3 de Fevereiro, 2023
  • “Aftersun”: a tensão suave da memória

    1 de Fevereiro, 2023
  • “Time to Love”: amor, um caminho interior

    31 de Janeiro, 2023
  • Apocalypse Now: as portas da percepção

    30 de Janeiro, 2023

Etiquetas

1970's 2010's 2020's Alfred Hitchcock François Truffaut Fritz Lang Jean-Luc Godard John Ford João Bénard da Costa Manoel de Oliveira Martin Scorsese Orson Welles Pedro Costa Robert Bresson

Categorias

Arquivo

Pesquisar

© 2021 À pala de Walsh. Todos os direitos reservados.