Antes de Tabu (2012) de Miguel Gomes aventurar-se a preto e branco pelo passado colonial português, já Botelho fazia o mesmo em 1985. E antes de Manoel de Oliveira abordar o tema da Guerra Colonial em ‘Non’, ou A Vã Glória de Mandar (1990), já Um Adeus Português (1985) se dedicava a essa ferida aberta. O filme de Oliveira utiliza a guerra como pretexto para filmar uma conversa entre soldados, como se fôssemos todos actores do mesmo filme, que revisitam a história distante de Portugal e, por inerência, a de um país à procura do seu lugar, até chegar à Guerra Colonial. Em Um Adeus Português, Botelho utiliza a guerra como ponto de partida para afirmar a sua inutilidade e, filmando o marasmo em que seguia o país, questionar se se aprendeu algo com a história recente.
O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.