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À pala de Walsh
Críticas, Em Sala 0

Lore (2012) de Cate Shortland

De Carlos Natálio · Em 20 de Junho, 2013

Já vem sendo altura de sair do modo violino e trazer a brutalidade para estas linhas sobre um filme que termina com bambies de porcelana a serem partidos (é a quebra do brinquedo, símbolo da adolescência, a revolta como manifestação exterior de um trauma do crescimento em tempos de guerra), ao que se segue o som meloso, “larger than life”, do compositor Max Richter.

Não nos levem a mal, Cate Shortland, realizadora australiana, dirigiu um filme com bom fundo (quiçá demasiado), com base no romance The Dark Room de Rachel Seiffert. Lore é coming of age puro, mais diagramático era impossível, com a protagonista, que dá nome ao filme (Saskia Rosendahl), a ter de efectuar uma odisseia (por fora e for dentro) pela Floresta Negra, na Alemanha da desagregação nazi, logo após a morte de Hitler, a caminho de casa da avó com os quatro irmãos a seu cargo. Na meta espera-lhe a idade adulta e a consciencialização do que é o anti-semitismo, educada que foi nas juventudes hitlerianas, com pai oficial das SS.

Pela descrição, há por aqui grande sofrimento e ele foi compensado pelo público em Locarno (recebeu o Audience Award). Mas curiosamente é uma viagem singularmente amena. Isto porque a clareza descritiva dos episódios (o encontro com a velhinha neurótica, o grotesco pescador de enguias) tenta ser remediada com o deslumbre da câmara de Cate com a composição: planos à mão demasiado perto dos corpos, para enfatizar a crueza e o choque, planos de pernas para o ar, detalhes intermináveis de mãozinhas e pezinhos. Tudo quer sublinhar a dor e a expressividade estética na dor, com absoluta urgência no efeito de tocar o coração em todos os momentos.

Neste exorcismo do sentimento nazi, como convém, ficamos sempre na emotividade estéril (com os tambores, o piano e os violinos nos lugares certos), produzindo um filme de autor mascarado de avózinha (é clara a tentativa de perversão dos contos de fadas) que trata Lore como uma personagem a meio caminho entre o retrato particular e o símbolo universal do crescimento às custas do trauma da Segunda Guerra Mundial.

Empatizamos com Lore? Choramos com Lore? Isso fica a cargo de cada um perceber onde está o seu drama ou onde está o drama universal posto em imagens demasiado redondas e bonitas para lá tudo caber.

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2010's2ª Guerra MundialCate ShortlandMax RichterRachel SeiffertSaskia Rosendahl

Carlos Natálio

«Keep reminding yourself of the way things are connected, of their relatedness. All things are implicated in one another and in sympathy with each other. This event is the consequence of some other one. Things push and pull on each other, and breathe together, and are one.» Marcus Aurelius

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Sem Comentários

  • Jorge Goulão diz: 20 de Junho, 2013 em 22:02

    SEUS FORMALISTAS! Aceitem a pluralidade estética ou eu deixo de pôr aqui os pés! Texto preguiçoso, anti-sentimento e paternalista! Que tal falar das repercussões da Segunda Guerra Mundial no cinema dos anos 10? E se o filme tivesse levado o prémio do júri em Locarno e a Cate Shortland fosse mais conhecido pelo meio intelectual (!!??) português aposto que acrescentariam mais uns 3 parágrafos não é verdade!!!

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