A estranheza de Secret Beyond the Door… (Segredo da Porta Fechada, 1947) começa logo nas reticências do título (que a tradução portuguesa apaga). Essa hesitação, raríssima no cinema clássico americano, indicia que Fritz Lang, na quarta colaboração com Joan Bennett (numa interpretação livre das restrições de qualquer soutien), arriscou-se a escorregar num pântano de psicanálise de cinema (método de investigação psicológica inventado por argumentistas imaginativos e cineastas excêntricos, e não pelo Dr. Freud), as luzes, sombras e voz-off (que troca de personagem no final) do noir e de um mal amanhado digest de três ou quatro obras de Hitchcock (incluindo uma por vir).
O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.