Filme a fechar o período de maior sucesso da Hammer (que continua a existir), Vampire Circus (O Circo dos Vampiros, 1972) é sobretudo um produto do seu tempo − são visíveis as marcas da cultura popular de finais dos anos 60 e princípios de 70: o psicadelismo, a revolução sexual, a tentativa de derrubar todos os tabus (aqui, a pedofilia, já que, intencionalmente ou não, o vampiro principal se “alimenta” de crianças e adolescentes e estas são as maiores vítimas das atrocidades cometidas durante o filme). De resto, Vampire Circus será mais interessante como “artefacto” histórico do que propriamente como cinema. Poder-se-ão culpar o baixo orçamento e o pouco tempo de rodagem, o certo é que, à excepção de um ou outro plano bem apanhado, notam-se de mais as falhas, na realização, na escrita, dos actores. Destas e doutras questões tratam os quatros membros fundadores do À pala de Walsh em mais uma edição do Filme Falado, que se pode ouvir no vídeo em baixo.
