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Críticas, Em Sala 0

Horns (2013) de Alexandre Aja

De Carlos Natálio · Em 6 de Novembro, 2014

Quem pôs os cornos ao Harry Potter? A resposta a esta singela pergunta sobre a origem das protuberâncias do jovem mágico aqui convertido em manuseador de serpentes e detentor de um amor afiado em forma de tridente tem duas respostas possíveis. Na primeira os culpados de tal traição são o próprio realizador Alexandre Aja que pelos vistos se terá fartado das piranhas [Piranha 3D (Piranha 3D, 2010) e dos rednecks [o belíssimo remake do clássico de Wes Craven The Hills Have Eyes (Terror nas Montanhas, 2006) e também o filho do Stephen King, Joe Hill, em cujo romance o argumento é baseado. Na segunda a resposta é uma espécie de punchline amorosa de uma relação de amor adolescente e hedonista com contornos de traição e assassínio em que Igi Parrish (Daniel Radcliffe) é acusado do homicídio da sua mais-que-tudo Merrin Williams (Juno Temple). (Ao que tudo indica, o Daniel já terá deixado a sua coisa por cavalos e ainda bem.)

Depois da morte dela nascem-lhe os cornos a ele. Algo que Ig tenta remover esfregando-os insistentemente contra uma parede. Esse cena ou a ideia das pessoas que entram em contacto com ele não poderem não dizer o que pensam, mostrando-se seres de puro tesão e desbocamento, colocam Horns (Cornos, 2013) entre a história de Daniel Radcliffe – o demónio (atingido pela força maléfica do amor) – e Daniel Radcliffe – o sátiro (enredado ainda na compreensão dos mecanismos do amor). Podemos dizer que a sua paixão por um cavalo pode de certa forma ter antecipado essa transformação física e emocional da criança em homem (melhor do que lamber martelos, há que convir; não muito melhor, talvez) e que estes cornos é o que (potencialmente) acontece a qualquer jovem que se inicie nas lides do amor.

Estaria tudo muito bem se a relação do par (de protagonistas) e do par (de cornos) fosse um casamento feliz. Mas Ig é uma personagem atormentada pelo destino, um trágico, e as expressões faciais de Radcliffe, o tufo de pelos do peito ou da barba, mostram-no ainda muito jovem, transformando imediatamente o grave pathos de uma personagem acorrentada a um fado pesado e singular em alguém que só tem dor de corno ou que ama muito muito e sofre muito muito, como só os jovens são capazes. Esse miscast (mas não terá sido o filme feito a pensar nele?) que transforma a estranheza da ideia de base numa agonia como outra qualquer também não é suportada por Aja. Mas o que aconteceu a este homem, senhores? Comparar a brutalidade de Haute Tension (Alta Tensão, 2003) ou The Hills Have Eyes aos primeiros e estúpidos minutos de Mirrors (Espelhos, 2008) ou à forma desajeitada como gere como thriller de segunda categoria toda esta inverosimilhança é tão forte como divertir-se a ver as diferenças da cara de Renée Zellweger. A mesma pessoa? O mesmo realizador?

Não me ocorrendo mais nada de interessante a escrever sobre como isto tudo acaba numa salganhada de serpentes, cruzes, corninhos e asas de anjo, aproveito para deixar aqui uma outra salganhada que me tem dado muito mais prazer (oh se tem) ao longo dos anos:

Receita de Bacalhau à Gomes de Sá

500 g bacalhau
500 g batata(s)
2 cebola(s)
2 dente(s) de alho
1 folha(s) de louro
2 ovo(s) cozido(s)
1 dl azeite
azeitona(s) preta(s)
salsa picada
q.b. sal
pimenta branca moída

Preparação

1. Coloque o bacalhau de molho no dia anterior. Depois coloque-o num tacho e escalde-o com água a ferver.

2. Tape e abafe o recipiente com um pano de cozinha e deixe ficar assim durante 20 minutos.

3. Escorra o bacalhau, retire-lhe as peles e as espinhas e desfaça-o em lascas. Ponha estas num recipiente fundo, cubra-as com leite bem quente e deixe ficar de infusão cerca de 2 horas.

4. Entretanto, corte as cebolas e o dente de alho às rodelas e leve a alourar ligeiramente com um pouco de azeite.

5. Junte as batatas, que foram cozidas com a pele e depois peladas e cortadas às rodelas.

6. Junte o bacalhau escorrido.

7. Mexa tudo ligeiramente, mas sem deixar refogar. Tempere com sal e pimenta.

8. Deite imediatamente num tabuleiro de barro e leve a forno bem quente durante 10 minutos.

9. Sirva no prato em que foi ao forno, polvilhado com salsa picada e enfeitado com rodelas de ovo cozido e azeitonas pretas.

Bom apetite!

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Carlos Natálio

«Keep reminding yourself of the way things are connected, of their relatedness. All things are implicated in one another and in sympathy with each other. This event is the consequence of some other one. Things push and pull on each other, and breathe together, and are one.» Marcus Aurelius

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