No novo formato do Filme Falado tentamo-nos juntar à conversa à volta dos filmes mais falados do momento (passe a tautologia), pelo que a escolha de Interstellar (2014), a mais recente obra de Christopher Nolan, um cineasta tão amado quanto desprezado (muito), era mais ou menos óbvia. Entre nós, não haverá grandes defensores do realizador anglo-americano, ainda assim, procurámos entender o fenómeno que o seu cinema gera, que não será propriamente “irrelefante”. Ah, é verdade, esta conversa contém inúmeros desmancha-prazeres, vulgo spoilers, que começam para aí aos primeiros dez segundos.
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Caramba… É muito difícil ouvir isto até ao fim convosco todos a falar ao mesmo tempo. Acho a ideia do “Filme falado” porreira e é importante que vocês se divirtam a fazer a fazê-lo mas se calhar também não ficava mal um pouco mais de contenção e menos bazófia. A preocupação em tentar ler o filme a partir da noção de autor nem sempre é a mais produtiva. E, neste caso, na minha opinião, vocês perdem muito tempo com meias ideias (porque estão sempre a interromper-se uns aos outros!) sobre o que é “um Nolan” e quem é o “público do Nolan” e falam pouco do filme em si. Em todo o caso, acho um bom esforço que pode sempre ser melhorado, espero que sim. E a frase, ou palavra final – irrelefante – é óptima! Acho que de facto define muito bem o filme. Parabéns e… boa continuação.
Cara Maria Eduarda, muito obrigado pelo seu comentário que teremos em máxima conta nas próximas edições desta rubrica.
Tal como o comentário anterior refere, definam um método que evite a sobreposição das vossas intervenções, porque vários excertos deste podcast são inaudíveis e incompreensíveis.
Ainda que o filme em questão tenha uma duração de 3 horas, talvez 1 hora seja demasiado para analisar um filme que afinal não vai ficar para a história da ficção científica, malgré Mr. Nolan.
Encontrei por mero acaso este artigo, que sublinha a alínea anterior:
http://online.wsj.com/articles/interstellar-review-too-many-faults-in-its-stars-1415303687?mod=WSJ_article_EditorsPicks_0
Perante este panorama de mais uma tentativa falhada de criar o próximo “Odisseia no Espaço”, não me resta outra alternativa senão seguir o aviso de alguns amigos, e da própria “New Yorker”, e ver finalmente a série completa “Battlestar Galáctica”…
Tanto a Ana como a Maria estão cheias de razão. Nas próximas conversas trataremos de tornar mais audível cada intervenção, por respeito a cada interveniente, mas ACIMA DE TUDO por respeito ao ouvite/leitor.
Obrigado pelo link para um artigo que, de facto, reflecte muito do que achámos do filme.
Cumprimentos,
Se terão a opinião das outras comentadoras em conta, por favor tenham também a minha: um filme fala-se assim, pelo menos no que toca às sobreposições e interrupções e tudo o mais. Tudo foi audível, nem perto estão dos homens dos programas da bola. E a gente quer é isto aceso.
E embora eu não ache que falar do que está relacionado mas é exterior ao filme como vocês o fizeram seja uma perda de tempo, terei de concordar com a Maria Eduarda: não deveriam ter ido pelo caminho do autor. Parece-me uma distorção do que é, ou se não é é-o para mim (porventura mais por aqui; reconheço estar mais verde que vocês nessas leituras e simultaneamente noto que não há palavas finais, pelo que se é-o para mim, é-o só – passa a ser), a ideia da/o realizador(a) como força criativa maior de um filme. Se uma gaja filmar planos estáticos de 80 a 100 minutos de conversas em paragens de autocarro com cores muito saturadas e bandas sonoras abrasivas e atuações teatrais e os lançar para os cinemas, os seus filmes têm um estilo identificável e temas e preocupações comuns. Sem querer deitar abaixo esta hipotética realizadora, que estes poderiam muito bem ser bons filmes, bastará isto para ela ser uma autora, da mesma maneira que vocês concordam, e os acenos de cabeça ouvem-se e tudo, serem Christopher Nolan e Michael Bay autores? Se sim, e sem deixar de mencionar sem no entanto aprofundar, por capricho, que os filmes destes não são identificáveis, não percebo porque é esta uma consideração a ter em conta, mesmo se o fossem. Não será um dos critérios algo como: “o pior filme de “asndsfiunai” será sempre mais interessante do que o melhor de “kasdpoijsdoija”? Não é necessário que a contribuição para o cinema seja valiosa? A questão de que cineastas são autores não deveria ser de resposta casual e consensual mas sim pessoal e em constante lenta mudança, como resultado de diferentes interacções, como as personalidades.
Com certeza que temos a sua opinião em conta. Calculo que o registo certo estará algures entre aquele que o Zé aponta e o que a Ana e Maria referem. Iremos tentar encontrar um ponto intermédio. Eu pessoalmente acho que a conversa tem momentos mais de ruído do que de outra coisa. Cumprimentos,