Depois de terem vencido o IndieLisboa em 2010 com Go Get Some Rosemary (Vão-me Buscar Alecrim, 2009), os irmãos Safdie, Josh e Ben, voltaram a Lisboa, desta vez para o Lisbon and Estoril Film Festival, para apresentarem a sua nova longa-metragem de ficção, Heaven Knows What (2014), cuja temática está bastante distante da infância autobiografada do outro filme. A protagonista de Heaven Knows What é uma sem-abrigo heroinómana (interpretada por Arielle Holmes, que é também a autora do livro que deu origem ao argumento), que mantém uma relação de dependência com as drogas mas também com o namorado, o vampírico Ilya, por quem se tenta suicidar logo nos primeiros minutos do filme.
A entrevista com o aprumado Ben e o mais hip Josh, com o seu irónico boné do FBI – não são tanto diferentes quanto complementares (basta ver a maneira como completam as respostas um do outro) -, foi breve e algo apressada, feita antes de chegarem os pratos principais do seu jantar, uma espécie de aperitivo para acompanhar as saladas que ambos pediram. No entanto, o tempo foi suficiente para uma conversa interessante, em que se falou da já vasta obra dos Safdie (se incluirmos as curtas-metragens), assim como das suas influências, métodos e relações de trabalhos e alguns pensamentos sobre a cidade de Nova Iorque. Um aperitivo com sustança, portanto, que teve ainda direito a um divertido jogo cinéfilo como sobremesa. Fotografia de Mariana Castro.
Luís Mendonça – O Josh disse num debate no Film Society of Lincoln Center que “isso é que é fabuloso em Nova Iorque: as ruas são nossas”. Vocês fazem filmes bastante intimistas mas, paradoxalmente ou não, esses filmes passam-se sobretudo nas ruas, onde parece que se respira um ar cinematográfico com raízes na chamada New Yawk New Wave. O que é que as ruas de Nova Iorque significam para vocês?
Josh Safdie – A maneira como uma pessoa se comporta na rua, e não é uma coisa especificamente de Nova Iorque mas qualquer cidade grande, demonstra ou não confiança. Se alguém não demonstra confiança, vai ser posto de lado. As ruas exigem um certo tipo de representação, uma projecção de si mesmo. É preciso estar-se sempre atento, predisposto a apanhar o que aparece. Penso que é isso que nos atrai a filmar as ruas: obriga-nos a misturarmo-nos com a realidade.
Ben Safdie – Ter as personagens inseridas nesse caótico mar de gente é muito bonito. E dá maior vivacidade às representações.
João Lameira – O Lenny de Go Get Some Rosemary ou o Mike de Heaven Knows What são o que chamaria de “verdadeiros” nova-iorquinos. Será que esta “espécie” está em vias de extinção e estarão vocês a tentar registar os últimos exemplares?
JS – Sim e não. Se estás a falar do nova-iorquino de classe-média, classe média-baixa, que está a tentar aguentar-se, não estarei propriamente preocupado que desapareça, porque tenho fé que humanidade continue a gerar um certo tipo de pessoas. Como Nova Iorque é uma ilha tem uma cultura insular, muito neurótica, metida para dentro, prestes a explodir.
BS – Só o facto de que o Buddy [Duress, intérprete de Mike em Heaven Knows What, neste momento encarcerado por tráfico de droga] existe é prova que a “espécie” ainda não desapareceu. E também é mais novo do que Lenny… será talvez um tipo diferente de nova-iorquino. De qualquer maneira, não penso que esteja extinta, aliás, é o tipo de pessoas à volta das quais gostamos de gravitar.
JL – Mas não acham que a cidade está a mudar?
JS – Claro que a cidade está a mudar, está a ficar mais “gentrificada”, há cada vez menos comunidades, os bairros estão a desaparecer, a cidade parece-se mais e mais com um centro comercial. Mas toda a gente diz que o Upper West Side está morto e o nosso filme passa-se lá. Nova Iorque terá sempre uma energia que influenciará um certo número de pessoas, é só que são menos do que outrora. No entanto, não me parece que deixem de existir, da mesma maneira que as salas de cinema nunca vão desaparecer por completo. Quer dizer, não sei, espero que não. De qualquer maneira, é isso que os filmes são: registos de pessoas e de lugares num dado momento. O National Geographic é uma grande influência para nós, mas não vamos para rua filmar pessoas por pensar que daqui a uns tempos já não vão existir.
LM – Tenho uma pergunta cinéfila. Há uma cena no Go Get Some Rosemary em que é projectado In The Street (1948). Qual é a importância para vocês deste pequeno filme quase desconhecido passado nas ruas de Nova Iorque?
JS – O filme da Helen Levitt? É um dos melhores filmes de todos os tempos. A Helen Levitt é a embaixadora da rua como teatro…
BS – Foi uma das primeiras pessoas a sair para a rua à procura daqueles pequenos momentos muito bonitos das pessoas, e não só os fotografou como filmou numa lindíssima película. E fá-lo de uma maneira tão lírica, quando normalmente não se pensaria em ir onde ela ia e encontrar essas coisas…
JS – …E encontrou-as nas ruas. E disse, assim como James Agee, que fez o filme com ela, e o fotógrafo Bruce Davidson pensava o mesmo, que em Nova Iorque (e, mais uma vez, não será algo específico de Nova Iorque, mas de qualquer cidade, existe em Lisboa, tenho a certeza) havia uma componente teatral na maneira como vivemos nas ruas, como nos expomos e estamos vulneráveis aos humores e acções das outras pessoas. O In the Street faz isso, o olho é a perspectiva do carro, do carteiro, do vigarista, do ladrão, do polícia, do professor, da criança…
BS – No neo-realismo italiano faziam a mesma coisa, tinham as mesmas ideias. Há algo muito bonito em filmar pessoas “reais” na rua, muito energético…
JS – A rua é livre. Para qualquer pessoa. É a razão por que alguém pode ser sem-abrigo…
BS – É livre economica e espiritualmente.
LM – Tenho a sensação de que os vossos filmes são muito pouco rígidos, não têm princípio nem fim, são antes um fluxo contínuo de situações, daquilo que tu, Josh, chamaste “momentos hapax”. Como é que trabalham a estrutura da narrativa nos vossos filmes?
Neste momento, houve uma pequena pausa, pois Josh não percebeu imediatamente o que era isso do hapax (palavra francesa que em português se diz “hápax“). Depois de ler a palavra na folha que o Luís trazia, lá se lembrou dela.
JS – Isso foi uma coisa que o nosso amigo Stéphane disse.
BS – Quanto à estrutura, muito raramente há história para trás [backstory], conhece-se alguém como se se conhecesse na rua, não se sabe muito sobre a pessoa e tem de se ir aprendendo sobre ela à medida que o filme progride. É aí que entra a estrutura, no quando e quanto se deve saber algo sobre alguém. As cenas são determinadas pela necessidade de conhecer mais sobre as personagens.
JS – A estrutura é levada pela emoção.
BS – O enredo e a emoção tornam-se um.
JS – Não sei responder muito bem à pergunta. No Heaven Knows What estávamos a adaptar um livro, o argumento vinha de ideias já escritas, um arco que estava determinado pela vida de alguém. Estamos interessados na maneira como a vida se desenrola em todos os nossos filmes. Tentamos relacionar isso com a escrita do argumento e com as representações, como é óbvio. O nosso pai está sempre a dizer que está ansioso por ver os nossos filmes porque nunca sabe o que vai acontecer a seguir. À medida que formos fazendo mais filmes de género, vai ser interessante, pois os géneros implicam um sentimento de segurança para o espectador; que o espectador saiba sempre onde está e para onde vai. Como quando se entra num carro e se tem uma mapa na mão. Nos nossos filmes não há nenhum mapa.
BS – O mapa é o tempo. Os dias, as semanas são a narrativa, que é como as pessoas vivem as suas vidas.
JL – O Josh disse que o cinema era uma maneira de recriar a vida no ecrã. E no Go Get Some Rosemary recriaram a vossa infância. Mas também disse que já não estava tão interessado na própria vida e antes na das outras pessoas, no caso a Arielle Holmes em Heaven Knows What.
BS – Já fizemos um filme sobre a nossa infância, não precisamos de fazê-lo de novo. Este projecto aconteceu muito naturalmente, não estava previsto.
JS – Neste momento, estamos à procura além de nós. Estamos muito mais interessados nas vidas de outras pessoas do que nas nossas. Chamem-me altruísta, mas se estou interessado na vida de outras pessoas, também estou interessado na minha.
BS – E a perspectiva é nossa. A única perspectiva que temos é a nossa. Pode tentar-se olhar e compreender uma situação de fora o mais possível, mas os filmes continuam a vir de nós.
JL – Josh, talvez agora pudesses contar a história de como conheceste a Arielle.
JS – Já sabes a história? É uma história muito longa e já tive de a contar três vezes…
JL – Então, deixa estar, não precisas de contar.
Contamos nós (ou poderão ouvi-la aqui). Josh andava pelo Diamond District a fazer pesquisa para um outro projecto, vestido a preceito, a vender jóias e relógios, investido em misturar-se com os habitués daquele zona. Um dia, a caminho do metro, viu Arielle, que estava muito bem vestida, e disse a um dos seus produtores que aquela rapariga era inacreditavelmente bonita, ao que este respondeu que ele devia ir falar com ela, para ela entrar no filme que estavam a pensar fazer. Josh lá foi falar com ela, bastante nervoso, pois o gesto podia ser mal interpretado. Ela não levou a mal e ficou contente com a possibilidade de entrar num filme. Trocaram números de telefone e passado uma semana marcaram encontro. Ele foi buscá-la de carro a Chinatown, mas ela demonstrou-se relutante em dar-lhe uma morada precisa. Quando a encontrou, ela estava vestida de uma maneira completamente diferente, como alguém que vivia na rua. E também tinha tendência a dormitar. Ocorreu a Josh que ela poderia ser toxicodependente. Durante o jantar, ela não se calava sobre um tal de Ilya. Pelo meio, lá confessou que era sem-abrigo. Josh decidiu ajuda-lá e arranjou-lhe trabalho com o fotógrafo Richard Kern. A princípio, as coisas correram muito bem, até ela deixar de aparecer no trabalho e, no fundo, desaparecer da face da terra. Josh pensou o pior, que talvez ela tivesse morrido. Passados uns tempos, recebeu uma chamada dela, a dizer que tinha acabado de sair do hospital. Encontraram-se e ela contou-lhe que se tinha tentado matar (e tinha nos pulsos para o comprovar) por causa do Ilya. Quando Josh foi a Los Angeles tratar de outro filme que nunca chegou a acontecer, um amigo disse-lhe que devia era fazer aquele, sobre a vida de Arielle. Josh pediu-lhe que escrevesse a sua história, o que ele fez, de pronto: 160 páginas que Josh mal conseguia ler ao ritmo a que chegavam. Depois, Josh, Ben e Ronald Bronstein (habitual colaborador dos irmãos e protagonista de Go Get Some Rosemary) pegaram nelas e escreveram o argumento do que seria Heaven Knows What.
LM – Gostava de falar da vossa produtora, Red Bucket Films, e da maneira como vos ajuda na vosso trabalho, na vossa estética.
JS – Já não estamos a trabalhar com a Red Bucket. A Red Bucket Films era um ideal para nós. Era eu, o Benny e mais um par de pessoas, e estávamos todos a trabalhar sobre o pressuposto de que cada um ajudava o outro. No fim, as outras pessoas só estavam a ajudar-nos a nós. Faltava qualquer coisa. De qualquer maneira, acabou, tudo bem. É como fazer parte de uma banda: fizemos uns quantos álbuns e é altura de seguir em frente. E também estávamos a perder o nosso foco, perdemos alguns anos a tentar angariar dinheiro para um guião que não estava exactamente perfeito. As pessoas estavam a assumir que iam trabalhar no projecto seguinte e nós queríamos fazer coisas novas, trabalhar com outras pessoas. As pessoas que fizeram o filme connosco sacrificaram-se bastante, pois pedimos-lhes que trabalhassem quase à borla. Os actores foram pagos, mas a equipa não. A partir de agora, queremos focar-nos nos nossos projectos, um de cada vez… Com a Red Bucket, fazíamos tantas coisas diferentes, filmes, museu, programas de televisão, curtas, anúncios e agora só nos queremos preocupar em fazer filmes.
LM – Mas foi importante como laboratório, como escola?
JS – Não estou a tentar diminuir a Red Bucket, estou muito grato por esse período, mas acabou.
BS – Significava uma coisa diferente para cada um dos envolvidos…
JL – Voltando ao Heaven Knows What. O Luís e eu falámos antes e dissemos que nos fazia lembrar um filme de vampiros. Não só o The Addiction (Os Viciosos, 1995) do Abel Ferrara como mesmo no vosso filme, a dada altura, a Arielle está a ver o Interview with the Vampire (Entrevista com o Vampiro, 1994).
JS – O que talvez tenhamos de tirar do filme, por causa de direitos. Mas é um dos livros e filmes preferidos dela. É um estilo de vida… É engraçado, ou antes, é aterrorizador. Quando começámos a conhecer a Arielle, o verdadeiro Ilya e muitas das outras personagens, encontrávamo-los muitas vezes durante o dia e eles estavam sempre muito pálidos, escondidos debaixo de cobertores. Mas à noite, estavam complemente diferentes, muito mais vivos, como se os demónios estivessem à solta. Bebiam até cair. E estão sempre a puxar alguém para o seu mundo, para as drogas e as bebidas. Um passo de cada vez. Enquanto estávamos a filmar, havia um miúdo, que teria para aí uns dezanove anos e tenha acabado com a namorada, que começou a passar o tempo no parque e depois estava lá à noite. Via-o dia após dia com eles. E um dia ele estava a injectar-se com heroína. Nós estávamos no escritório, o Ilya trouxe-o com ele e estavam a injectar-se lá, e eu virei-me para ele e disse “porque é que estás a fazer isso?”. Ele respondeu-me que estava a meio de uma separação e estava muito deprimido. Eu disse-lhe que aquilo não ia fazer com que as coisas ficassem melhores, estava a tentar ajudá-lo. E o Ilya, que estava na casa-de-banho, apareceu e perguntou-nos do que é que estávamos a falar e eu respondi “de nada”. Era como se ele fosse um vampiro que o estava a apresentar a este mundo, a esta dependência por sangue. E agora vemos o miúdo a andar por aí e ele parece um vampiro. Sem cor nas faces, usa óculos escuros durante o dia, e passeia-se no parque a pedir dinheiro. E depois eles têm um fetichismo pela morte. É uma vida existencialista: como não sabem viver a vida, a única maneira de darem algum significado à existência é namorarem com a morte e estarem sempre a criar dramas. Estava muito fascinado por isso. É uma coisa muito óbvia aproximar o vampirismo da dependência, há uma razão para o Abel já o ter feito e para vermos os drogados a ler o Interview wiith the Vampire ou o Dracula. E há muitas teorias da Internet de que o vampirismo é uma metáfora para a dependência de drogas.
LM – O Heaven Knows What é muito duro. Os vossos filmes anteriores falam da infância, como também da loucura e da solidão, e há esse lado mais subtil feito de melancolia e tristeza. Agora é muito mais transparente. Será que os sonhos de criança estão a desaparecer como o teleférico no último plano de Go Get Some Rosemary?
BS – Claro, estamos mais velhos. Mas ao mesmo tempo é a história da Arielle, é a história dela que dita a quantidade de humor, estávamos a tentar ser fiéis à sua verdade emocional, ao seu estado emocional, como ela o escreveu. Não é que não queiramos ser engraçados ou fazer filmes cómicos, só que neste filme tínhamos de fazer o que ela sentia.
JS – Cada filme corresponde à personagem.
LM – Mas têm consciência dessa mudança?
BS – Nem por isso, até porque o nosso filme anterior era um documentário sobre um jogador de basquetebol [Lenny Cooke (2013), sobre uma estrela do basquetebol liceal que nunca chegou à NBA].
LM – No entanto, era bastante triste e duro…
BS – Tem uns momento engraçados ao início, mas depois torna-se muito, muito triste.
JS – A resposta é que não temos consciência disso. Quando fizemos o Go Get Some Rosemary, eu tinha vinte e quatro anos e o Benny tinha vinte e dois. Começámos a filmá-lo em 2008. Foi há seis anos, agora tenho trinta. Quando fizemos o Pleasure of Being Robbed (Prazer em Roubar, 2008), nem tinha acabado a faculdade. Depois do Go Get Some Rosemary, houve muita pressão para fazermos algo mais comercial. Não queríamos fazer isso. Tentámos fazer outro projecto que não era o mais apropriado para a altura e foi uma experiência horrível. As reuniões com os produtores e os actores e isto e aquilo, quase acabou connosco, mentalmente. O Lenny Cooke serviu para nos mantermos à tona e quando conhecemos a Arielle foi quase como dar com a fonte da juventude. Aqui estava uma miúda de dezanove e podemos fazer o filme por muito pouco dinheiro. É tão interessante como a juventude em si é um produto. No entanto, fizemos o Heaven Knows What depois de quatro anos sem trabalharmos em ficção.
BS – Por outro lado, estávamos mais do que preparados para fazer este filme, depois de termos feito um documentário. Aproveitámos o que aprendemos ao fazer o Lenny Cooke para o Heaven Knows What e aprendemos muitas coisas novas.
LM – Agora gostava de fazer um jogo inspirado no de Lenny em Go Get Some Rosemary, no Museu de História Natural, quando pede aos filhos para lhe darem apenas um detalhe de cada coisa que estão a ver. Eu digo o nome dos vossos filmes de que gosto mais e vocês dizem qualquer coisa que vos venha à cabeça.
JS – OK.
BS – OK.
LM – The Pleasure of Being Robbed.
BS – A sandes de mortadela.
JS – Quando ela está a rebuscar na mala e diz: “I’m just looking at it, I’m just looking at it”.
LM – The Back of Her Head (2007).
JS – O sofá a cair em cima do gajo.
BS – O espanta-espíritos.
LM – Go Get Some Rosemary.
BS – O frigorífico.
JS – Eu estava a ver One Flew Over the Cuckoo’s Nest (Voando Sobre Um Ninho de Cucos, 1975) e dei-me conta de que era uma estranha inspiração…
BS – Mas dissemos isso ao Tom. Era o One Flew Over the Cuckoo’s Nest e o Cool Hand Luke (O Presidiário, 1967).
JS – E o Lenny é muito parecido com o…
BS – O Chief?
JS – Não, a personagem do Jack Nicholson.
LM – John’s Gone (2010).
JS – Os pneus.
BS – As panquecas de cebolinho.
JS – É disso que te lembras? Para mim são os pneus…
LM – Heaven Knows What.
BS – O “Watch my ass”. Quando o Mike diz “I’ve got to watch my ass every single day” quando anda à procura do Ilya.
JS – Para mim é o fogo de artifício. É o momento que gosto sempre de ver no cinema.