
Mas que desagradável! Dedicamos muito do nosso tempo, esforço e amor a cada detalhe desta nossa “operação plástica” e o que recebemos da sua parte é esse olhar de choque e repulsa? Não vê nada ou não vê nada de jeito? O À pala de Walsh regressa depois de alguns dias a fazer liftings e a pôr valentes doses de botox aqui e ali. Tornámos tudo mais perceptível, até os nossos defeitos, mas, sem dúvida, não propomos uma mudança daquilo que nos define: regularidade, dedicação às cousas que mexem no grande ecrã, análise e opinião para torcer o cérebro e narizes (as palas e os palatos nem sempre casam bem). Dizia Godard que ao cinema cabe a missão de tornar visível o invisível. Aqui está ela, a bela da (in)visibilidade, sem ligaduras e, portanto, pronta a ser explorada pelo próximo terráqueo. Vá, agora tire lá essa expressão do rosto, diga adeus ao nosso velho “nós” e (re)comece a navegar à pala do good old Raoul Walsh.