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IndieLisboa 2015: os últimos dias

De À pala de Walsh · Em 4 de Maio, 2015

Ricardo Gross e João Lameira completam a sua cobertura do IndieLisboa, passando pelos grandes vencedores das competições de longas-metragens e pela obra de Whit Stillman.

Aferim! (2015) de Radu Jude

Radu Jude abandona os espantosos jogos de massacre familiares de Cea mai fericita fata din lume (The Happiest Girl in the World, 2009) e Toata lumea din familia noastra (Everybody in Our Family, 2012) por esta obra picaresca, um Western situado na Roménia do século XIX, em que os ciganos são os índios e os cowboys/polícias estão permanentemente em dúvida moral. Permanece o humor negro, a irrisão de Jude (sobretudo nos saborosos diálogos roubados a literatura vária), mas sente-se a falta do enredo estrangulador. Aferim! parece, pois, um passo atrás para o cineasta romeno. Contudo, mesmo que isso seja verdade, não se deve descorar a dinâmica familiar entre o pai e filho, o atrito entre cinismo e inocência. A despeito de toda a sujidade de época, dos palavrões, da má-vontade, da aparência dura, a última ainda se conserva, uma centelha de humanidade que se ri das maiores atrocidades para poder continuar a existir. No fundo, Radu Jude, num filme de género, num filme histórico, explora ainda as suas obsessões, alargando tão-só o escopo da sua obra. Pelo que qualquer novo filme do realizador será recebido com agrado. (JL)

Aferim! (Competição Internacional) venceu o Grande Prémio de Longa Metragem “Cidade de Lisboa” e o Prémio Canais TVCine & Séries dado pelo Júri Blogues de Cinema, do qual pertenceu Carlos Natálio do À pala de Walsh.

Os Olhos de André (2015) de António Borges Correia

Na masterclass de Whit Stillman, o realizador norte-americano dizia algo como “se alguém se consegue representar a si mesmo, melhor para ele, não é nada fácil” (parafraseio livremente). Apesar de a ideia de que alguns actores não merecem grandes aplausos por fazerem de si mesmos ser bastante generalizada, um filme como Os Olhos de André, em que não-actores têm de representar as suas próprias experiências, demonstra o quão difícil é fazê-lo. António Borges Correia, o realizador, conheceu a família Morais, um pai e os seus cinco filhos, num momento de crise – um dos filhos fora posto numa família de acolhimento por haver dúvidas sobre a paternidade – e quis recriá-la em filme. O resultado é esdrúxulo, aquelas pessoas não sabem representar, sempre desconfortáveis, sempre conscientes da câmara. Para mais, repetem uma instância dolorosa das suas vidas, uma ficção sobre a sua realidade. É interessante que o filme se chame Os Olhos de André, pois se o pai António é de uma inexpressividade bressoniana, debitando monotonamente os diálogos, o filho André, de muito poucas falas, transmite todas as emoções através das expressões faciais. A obra é singela, e, aos olhos do espectador, funciona sobretudo por estas camadas de “representação”. No entanto, parece pouco mais do que uma experimentação interessante. (JL)

Os Olhos de André (Competição Nacional) venceu o Prémio Allianz – Digimaster para Melhor Longa Metragem Portuguesa.

B-Movie: Lust and Sound in West-Berlin (2015) de Heiko Lange, Jörg A. Hoppe e Klaus Maek

Cada fã de música faria um filme diferente de B-Movie: Lust and Sound in West-Berlin, e o meu não coincidiria com este. Visto sem informação prévia quanto à história da sua produção, o filme de Jörg A. Hoppe, Heiko Lange e Klaus Maeck pode confundir-se com uma ficção inscrita em cima de imagens de arquivo, quando o que na verdade acontece é a versão compacta e algo romanceada de factos reais vividos por alguém, Mark Reeder, produtor musical, que assistiu em directo aos acontecimentos documentados. Esta dúvida não beneficia quem assiste a B-Movie e o fluxo narrado em voice-over por Reeder torna-se monótono. A mistura de imagens reconstituídas para se confundirem com os elementos de arquivo, a falta de testemunhos em directo de outros participantes, além de Reeder, daquele período fascinante da vivência social e cultural de Berlim Leste, não contribuem para orientar a experiência do espectador, demasiado subjugada ao ponto de vista do narrador. B-Movie é assim um objecto menos subjectivo que uma ficção e demasiado subjectivo para documentário, perdendo-se, face a um riquíssimo espólio audiovisual e a um período riquíssimo da história da música, a oportunidade de criar um objecto incontornável. Os realizadores e o guia Mark Reeder confiaram exageradamente na capacidade de se bastarem a eles próprios. (RG)

B-Movie: Lust and Sound in West-Berlin (Indiemusic) teve apenas uma exibição.

Barcelona (1994) de Whit Stillman

O cinema de Whit Stillman é autobiográfico, quase no sentido literal. Barcelona corresponde à estadia do norte-americano na Catalunha no início dos anos 80. Como expatriados (em Stillman, permanece a ideia romântica do expatriado americano na Europa, dos Fitzgeralds e afins), as personagens – o oficial (o cínico e engraçadíssimo Chris Eigeman) e o cavalheiro (o ingénuo e cinzento Taylor Nichols) – convivem com um forte anti-americanismo, as diferenças culturais e uma divertida guerra dos sexos rohmeriana (por muito que Stillman diga que Rohmer não é uma influência, o cinema do francês está sempre na ideia do espectador). Os temas, recorrentes nos três primeiros filmes do cineasta (este é o segundo), aparecem todos: a inocência vs. a perversidade, os valores conservadores (a promiscuidade, a hipocrisia, o pretensiosismo são os maiores pecados), a religiosidade mais ou menos encapotada (aqui manifestada pela leitura da Bíblia ao som e à dança de Glenn Miller), uma certa idealização do amor. Escrito isto, Whit Stillman diverte-se muito (e diverte mais) com os pecadores e os inocentes, que protege sob a sua asa de criador, jamais seriam os mesmos sem os primeiros. (JL)

Damsels in Distress (2011) de Whit Stillman

Em entrevista recente a Pedro Mexia, no Expresso, Whit Stillman lamentava que o seu último filme, Damsels in Distress, tivesse sido muito criticado, juntando o desejo de que com o tempo venha a vingar. Na minha opinião, dos quatro filmes de Stillman é o mais fraco. A questão passa pelo desencontro entre a graciosidade do tom, a fotografia de Doug Emmett banhada pela luz solar, e a inocência genuína da protagonista, Violet, interpretada por Greta Gerwig, a caminho da coroação como diva indie, e um argumento mais descabelado que sofisticado, onde as piadas funcionam a um grau óbvio, e as personagens falam de mais e dançam de menos. Reconhecemos de imediato em Damsels in Distress a autoria de Whit Stillman, mas aqui a excentricidade do americano, que a avaliar pelos cartazes de cinema espalhados pelo filme, nutre uma inclinação significativa pelo cinema europeu do passado, parece dispersar-se numa deriva apatetada sem propósito à vista. Damsels é uma comédia que não faz rimar leveza e humor. Tirar-lhe o som pode resultar numa experiência pedagógica. (RG)

Force Majeure (2014) de Ruben Östlund

Ruben Östlund, sueco de 41 anos, emula, à segunda longa-metragem, a inteligência mecânica de Stanley Kubrick, o tom sardónico de Lars von Trier, o virtuosismo totalizador de Gaspar Noé e o distanciamento gélido de Michael Haneke, que frequentes vezes antecipa uma catarse sangrenta. O sueco limita-se a emular, embora de forma rigorosa e visualmente impositiva, mas da ideia de situar a ficção de Force Majeure nos alpes franceses, o que existe de seu – e aqui é decisivo que o filme seja visto no maior ecrã possivel – é o labor sobre o contraste entre o infinitamente grande e ameaçador das montanhas cobertas de neve e o infinitamente pequeno da arquitectura da estância de esqui e da escala humana dos que dela desfrutam. Uma história de cobardia e de heroísmo recuperado que assombra um casal com duas crianças. Pelos protagonistas nota-se que Östlund sente um quase desprezo; as crianças ficam à margem da experiência laboratorial que é o filme. (RG)

Force Majeure (Sessões Especiais) tem estreia comercial marcada para dia 7 de Maio.

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