Dada a recente polémica futebolística, achei que este seria um bom título para uma crónica mensal. Gostaria de sublinhar (literalmente) que sou do Sporting e que tenho grandes esperanças que os tempos áureos regressem com o Messias. Quais não sei, que ainda não era nascida quando isso aconteceu, na eventualidade disso ter realmente acontecido e não ser só um mito. Devo já sublinhar que não sou letrada em cinema, como os senhores que aqui mandam, e que numa escala de um a dez acho que sou tipo um três-barra-quatro a escrever, ou seja, ando perto da nulidade mas a casa é deles e eles é que escolhem os cortinados.
Dou por mim às voltas com o nome da crónica pois pretendo escrever sobre corações partidos, ou melhor, cinematograficamente maltratados. We Were an Eagle – disse Bill Callahan numa qualquer entrevista – é o fim da solidão. Pareceu-me uma forma sobejamente triste e bonita de evocar o amor, que servirá de ponto de partida para estes escritos: histórias de heróis amassados pelo tempo, por outros humanos ou pelo álcool (à pala de certos humanos). Tenho para mim que terei matéria infinita e por isso não precisarei de me preocupar mais com o tema. Tentarei falar de descobertas.
O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.