Abrimo-nos ao jogo mais primário e irresistível da actividade cinéfila: a criação de listas e, com elas, de hierarquias, competição de gostos, partilhas de paixões assolapadas. O nosso dossier Na Presença dos Palhaços leva-nos a lançar o desafio: quais as dez melhores comédias da história do cinema? Não limitámos o exercício aos walshianos aqui da casa. Quisemos chamar a este espaço um dos mais ilustres cinéfilos portugueses. Um entertainer de excelência que por mais de uma vez mostrou em público a sua veia cinéfila, nomeadamente quando numa entrevista se disse admirador de Otto e Mezzo (Fellini Oito e Meio, 1963) e de Predator 2 (Predador 2, 1990) ou, como ficou conhecido desde essa recomendação, “Prédador 2”. Falamos do felpudíssimo Dr. Bruno Aleixo. Directamente de Coimbra chegaram-nos os seus dez filmes favoritos para rir, cada um acompanhado de uma pequena nota de índole crítico-biográfica. Ao Dr. Bruno vai daqui um muito obrigado da equipa de fiéis seguidores do À pala de Walsh.
Bruno Aleixo
1. O João Broncas
Gostava muito de dois filmes deste actor italiano pequenito. Um era o “João Broncas, Avançado Fura-redes” e o outro era “João Broncas… o Eterno Repetente”. Mas fizeram muitos. Nos anos 90, deixaram de fazer. Não sei se o actor já morreu. Espero que não.
2. O Porkys
O Porky’s era um filme de gajos a tentar ver raparigas nuas. Foi um sucesso e estava sempre alugado no videoclube. Uma vez, arranjei uns cabos e, com dois vídeos, fiz duas ou três cópias. Eu alugava por metade do preço e não era preciso rebobinar. O videoclube foi à falência e agora é um café.
3. O Trinitá das chapadas
Não tenho a certeza, mas acho que era o “Ainda me chamam Trinitá” ou uma coisa assim parecida. Tem uma cena em que o Trinitá dá chapadas muito depressa a um mau. Se não é uma das dez melhores cenas da história do cinema, devia ser.
4. O Caça-polícias
É o meu filme preferido do Eddie Murphy e já tive oportunidade de lhe dizer isso mesmo. Mais do que uma vez.
5. O Ricos e Pobres
Este filme também é com o Eddie Murphy. O outro actor principal é um dos Caça-fantasmas. É a história de dois velhos muito ricos que acham bonito fazer apostas com a vida das pessoas. Depois lixam-se.
6. O fim-de-semana com o morto
É um filme muito engraçado sobre dois gajos que têm de fingir que um homem está vivo. E vão com ele a festas e tudo. Apesar de tudo, é bastante credível. Ainda fizeram uma sequela, mas metia vodus e eu tenho medo disso. Achei uma bela porcaria. Desgravei logo e queimei essa cassete.
7. O rei dos gazeteiros
É a história engraçada dum garoto que quer faltar às aulas. Pode parecer um mau princípio, mas foi para ir passear com a namorada e um amigo, não foi para ir fumar cigarros ou fazer pó com motas DT ao pé de minha casa.
8. O Gente Gira
Era uns apanhados gravados na África do Sul, acho eu. Eram muito racistas, mas, na altura, ninguém sabia, porque era os anos oitenta. Ainda tenho gravado, mas já não me rio das partes que são racismo.
9. O Balbúrdia no Oeste
Este filme tinha uma cena em que havia vários cowboys a comerem feijões num acampamento e davam todos muitos puns. Toda a gente sabe que os feijões fazem flatulência algumas horas depois, nunca é na hora. Mas por isso é que era engraçado e foi um fartote de rir.
10. Um do Cantinflas
Uma vez, contei a um garoto amigo meu que o Cantinflas era o Charlot disfarçado. Tinha fugido para o México para se livrar da CIA, que pensava que ele era comunista. Esse garoto contou a mais pessoas e, em mil novecentos e noventa e tal, cheguei a ouvir a história em Badajoz.
Carlos Natálio
1. City Lights (Luzes da Cidade, 1931) de Charles Chaplin
2. The Shop Around the Corner (A Loja da Esquina, 1940) de Ernst Lubitsch
3. The Ruggles of Red Gap (O Extravagante Senhor Ruggles, 1935) de Leo McCarey
4. Bringing Up Baby (As Duas Feras, 1938) de Howard Hawks
5. Kiss Me, Stupid (Beija-me Idiota, 1964) de Billy Wilder
6. Annie Hall (1977) de Woody Allen
7. After Hours (Nova Iorque Fora de Horas, 1984) de Martin Scorsese
8. Top Secret! (1984) de Jim Abrahams
9. Groundhog Day (O Feitiço do Tempo, 1993) de Harold Ramis
10. O Costa de África (1954) de João Mendes
Difícil tentar explicar o que nos faz rir. Impossível escolher com bisturi e monóculo uma comédia apenas porque está bem feita. E tantas há que sendo as melhores comédias de todos os tempos não me arrancam mais do que um sorriso. Sobram-me então as circunstâncias, as gargalhadas que me lembro de dar e com elas as imagens de um mundo absurdo que recusam em deixar-me. As vacas com botifarras do filme de Abraham, o dedo na boca de Chaplin no final de City Lights (Luzes da Cidade, 1931), as pernas altivas de James Stewart no filme do Lubitsch, os ataques de Baby, o cesto de verga com uns buraquinhos que o bijagós Costinha traz a Vasco Santana (o rico/educado que tem de descer à terra é também o centro de The Ruggles of Red Gap com o genial Charles Laughton), os ciúmes ao som de “Für Elise” do professor de piano Ray Walston na abertura do filme “menor” do Wilder. E faltam-me apenas o Allen que vale por todos os Allens e os dois pesadelos surreais do tempo interminável: impossível mudar de dia com os planos repetidos do despertador e de Bill Murray a levantar-se da cama; e a noite de todas as bizarrias de Scorsese, a noite sem fim, dos dólares esvoaçantes e dos orgasmos ao toque de “surrender Dorothy.” Muitas outras comédias ficaram de fora, talvez mesmo as melhores. E alguns “palhaços” são mesmo impossíveis de perdoar: Keaton, Lewis, Sturges, Tati, irmãos Marx… Mas é isto, o riso é um bicho indomável e pessoal e, como qualquer outro espasmo, não vale a pena tentar contê-lo.
David Pinho Barros
1. Gertie the Dinosaur (Gertie, o Dinosauro, 1914) de Winsor McCay
2. The Scarecrow (O Espantalho, 1920) de Buster Keaton e Edward F. Cline
3. Umarete Wa Mita Keredo (Eu Nasci, Mas…, 1932) de Yasujirô Ozu
4. Mon Oncle (O Meu Tio, 1958) de Jacques Tati
5. Uccellacci e Uccellini (Passarinhos e Passarões, 1966) de Pier Paolo Pasolini
6. Horí, má Panenko (O Baile dos Bombeiros, 1967) de Milos Forman
7. Bananas (1971) de Woody Allen
8. Miracle of Flight (O Milagre do Voo, 1974) de Terry Gilliam
9. Le Sauvage (Meu Irresistível Selvagem, 1975) de Jean-Paul Rappeneau
10. Mies Vailla Menneisyyttä (O Homem sem Passado, 2002) de Aki Kaurismäki
Desde L’Arroseur Arrosé (Louis Lumière, 1895), que constrói a comédia através da mise-en-scène, e The Kiss in the Tunnel (George Albert Smith, 1899), que o faz pela montagem, o cinema percebe que o seu humor é coisa séria. Nesta lista de filmes sérios, escolhidos por afecto e dispostos por ordem cronológica, dominam as comédias de composição gráfica – as do espaço (McCay, Tati, Gilliam) e as comédias de ritmo – as do tempo (Forman, Allen, Rappeneau). Em vez de Keaton poderia estar Linder ou Chaplin; no lugar de Allen, Tashlin ou Lewis. Na verdade, só mesmo Tati é insubstituível.
João Lameira
City Lights (Luzes da Cidade, 1931) de Charles Chaplin
Bringing Up Baby (Duas Feras, 1938) de Howard Hawks
His Girl Friday (O Grande Escândalo, 1940) de Howard Hawks
Arsenic and Old Lace (O Mundo É Um Manicómio, 1944) de Frank Capra
Divorzio all’italiana (Divórcio à Italiana, 1961) de Pietro Germi
One, Two, Three (Um, Dois, Três, 1961) de Billy Wilder
Playtime (Vida Moderna, 1967) de Jacques Tati
Trading Places (Os Ricos e os Pobres, 1983) de John Landis
Groundhog Day (O Feitiço do Tempo, 1993) de Harold Ramis
Manhattan Murder Mystery (O Misterioso Assassínio em Manhattan, 1993) de Woody Allen
Hot Fuzz (Esquadrão de Província, 2007) de Edgar Wright
Para isto não se tornar num festival Howard Hawks, tive de me conter. Assim, escolhi apenas as duas obras-primas absolutas da comédia norte-americana (mundial e inter-galática) que realizou. Por outro lado, para não denunciar muito a minha preferência por um certo Archibald Leach, pus só três filmes com ele. Parece-me justo. Quando mais não seja, por a sua existência ser injusta para os demais (actores de comédia ou não). Polvilhei com um Wilder pouco óbvio (mas velocíssimo e divertidíssimo) e um Woody Allen ainda menos óbvio [e, no entanto, é capaz de ser o de que mais gosto, e também faz as vezes daquela comédia de salão detectivesca, estilo The Thin Man (O Homem Sombra, 1934) com o excelso William Powell, para a qual não encontrei lugar na lista]. De resto, tentei distribuir as escolhas por diversas geografias (mesmo assim o domínio de Hollywood é avassalador) e décadas, mas principalmente pelos meus actores favoritos: Eddie Murphy, Bill Murray, Marcello Mastroianni (não sei se já falei do Cary Grant). Conseguir não meter O Grande Elias (1950) já é uma sorte, mas, por muito que eu goste do António Silva, tenho ideia de que o filme não é tão bom como eu achava aos dez anos. Mais ou menos o que passou com o Jerry Lewis, meu ídolo de infância ao qual acho actualmente moderada graça. Por fim, em jeito de vénia à excelente comédia de hoje em dia, optei pelo segundo tomo da trilogia Cornetto, porque sim. Poderia ter sido o Superbad (título horrível em português, 2007) ou o Bridesmaids (A Melhor Despedida de Solteira, 2011), que dava na mesma (ou no mesmo). Não ordenei os filmes por ordem de preferência, para ninguém reparar que são onze. (Ah, é verdade, o Tiago, ali em baixo, tem razão, o City Lights deve constar na lista de qualquer género, sobretudo na dos filmes mais bonitos.) (O Playtime é uma obra-prima que precisava que eu fosse dois ou três para me rir de tudo o que acontece ao longo do ecrã.)
Luís Mendonça
1. Monsieur Verdoux (O Barba Azul, 1943) de Charles Chaplin
2. City Lights (Luzes da Cidade, 1931) de Charles Chaplin
3. Modern Times (Tempos Modernos, 1936) de Charles Chaplin
4. The Great Dictator (O Grande Ditador, 1940) de Charles Chaplin
5. A Dog’s Life (Vida de Cão, 1918) de Charles Chaplin
6. The Circus (O Circo, 1928) de Charles Chaplin
7. The Kid (O Garoto de Charlot, 1921) de Charles Chaplin
8. The Gold Rush (A Quimera do Ouro, 1925) de Charles Chaplin
9. A King in New York (Um Rei em Nova Iorque, 1957) de Charles Chaplin
10. One A.M. (1915) de Charles Chaplin
Já sei o que estão a pensar: e como deixar de fora Limelight, Shoulder Arms, Pay Day,The Immigrant, The Cure, The Masquerader ou The Rink? Ah, não é isso que estão a pensar? Estão a pensar “só” Chaplin? Mas como se Chaplin é sempre “tanto”? Ele ensinou-nos a rir por amor à humanidade e à vida. Rir como a mais poderosa arma para desmontar o absurdo da vida (e da humanidade). Rir para chorar, chorar para rir. Rir como um movimento infinito, sublime, de bondade. Amar o cinema é amar Chaplin. E o cinema é uma coisa séria. Se me permitem, e com as devidas licenças a Linder, a Keaton, a Lubitsch, a Hawks, a Sturges, a Tati, a César Monteiro, a…, ofereço-lhe este top.
Ricardo Vieira Lisboa
1. S.O.B. (Tudo Boa Gente, 1981) de Blake Edwards
2. What’s Up, Doc? (Que Se Passa Doutor?, 1972) de Peter Bogdanovich
3. Top Secret! (Ultra Secreto, 1984) de Jim Abrahams, David Zucker e Jerry Zucker
4. Spaceballs (A Mais Louca Odisseia no Espaço, 1987) de Mel Brooks
5. Cinderfella (Cinderelo dos Pés Grandes, 1960) de Frank Tashlin
6. Weird Science (Que Loucura de Mulher, 1985) de John Hughes
7. Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan (Borat: Aprender Cultura da América para Fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão, 2006) de Larry Charles
8. The Sin of Harold Diddlebock (Os Piores Anos da Sua Vida, 1947) de Preston Sturges
9. The Devil and Miss Jones (O Diabo e a Menina, 1941) de Sam Wood
10. Space Truckers (Guerra Espacial, 1996) de Stuart Gordon
Onde está o Chaplin? E o Keaton, e o Tati, e o Wilder e o Lubitsch e o Cukor? E os primeiros Ozu’s e o César Monteiro, e os do Hawks e o Allen e… Tudo fora: longe da vista, perto do coração. Mas o coração é feito de outra matéria, mais frágil e menos estruturante; coisas que já viram tanto cinema e por isso mesmo o reflectem, coisas mastigadas é certo, mas a mim me gustan las papas. Filmes que aprendi a amar muito depois de os ter primeiro rejeitado como inférteis espécimes da fauna cinematográfica, mas também filmes que para mim que funcionam como parapeitos para uma obra (altos, de onde se vê o horizonte à distância e de onde tudo o resto parece mínimo). Ou então são apenas filmes que guardam consigo as minhas mais fortes gargalhadas e os meus mais estridentes risos. Ficou tanta coisa de fora, mas não faz mal, da próxima vez outros filmes serão, que no meu coração cabem muitos filmes para rir.
Sabrina D. Marques
1. Vladimir et Rosa (1971) de Groupe Dziga Vertov
2. Schaste (A Felicidade, 1935) de Aleksandr Medvedkine
3. Du Levande (Tu, que Vives, 2007) de Roy Andersson
4. Arsenic and Old Lace (O Mundo é um Manicómio, 1944) de Frank Capra
5. The Comedy of Terrors (O Gato Miou Três Vezes, 1963) de Jacques Tourneur
6. Brewster McCloud (1970) de Robert Altman
7. Laitakaupungin valot (Luzes no Crepúsculo, 2006) de Aki Kaurismäki
8. Hausu (Dom, 1977) de Nobuhiko Ôbayashi
9. As Bodas de Deus (1999) de João César Monteiro
10. La citá delle donne (A Cidade das Mulheres, 1980) de Federico Fellini
Fazer listas é absurdo de tão difícil. Se por aqui tínhamos de escolher dez títulos, vamos começar o processo por abandonar realizadores cuja obra poderia facilmente abarcar toda a tarefa. De fora, começaram por ficar todos os Chaplins e todos os Keatons, todos os Tatis e todos os Lubitschs, todos os Cukors e todos os Jerry Lewis, todos os Allens e todos os Hughes. Pelo caminho, deixa-se ainda por cumprir a vontade de incluir pequenas preciosidades como The Fearless Vampire Killers (Polanski, 1967), ou Bob & Ted & Carol & Alice (Mazursky, 1969) ou Ferris Bueller’s Day Off (Hughes, 1986) ou os revisitadíssimos da infância, The Goonies (Richard Donner, 1985).
Nas suas fardas de brincar, Godard e Gorin vestem-se de Vladimir e Rosa (a evocar Lenine e Rosa Luxemburgo ), para protagonizar uma série de sketches patetas na forma mas vitais na propósito interventivo. Vem a agitação encenada numa alucinação anárquica que de um fôlego subverte tanto os ícones pop como as estruturas do poder político – gritam-se nomes de países para evocar ideologias opostas e, com o mesmo vigor, desconstrói-se o capitalismo americano e o soviético. Schaste (Happiness) é o riso que rebenta com as costuras a partir de dentro: Medvedkine seria, até ao fim dos seus dias, intrinsecamente comprometido com um cinema ao serviço da causa revolucionária. E se a célebre máxima de Lenine diz que “a revolução é o comunismo mais a electricidade”, aqui se adivinha já o carácter materialista deste projecto utópico. De tal modo eram materiais os objectivos do processo revolucionário que se ouve em Schaste a evocativa frase, ralhada da camponesa do kolkhoze para o marido : “Vai buscar felicidade e não voltes de mãos vazias!”
A construção de uma máquina voadora é o projecto emancipatório de Brewster McCloud (qual Leonardo): a partir de uma alegoria anedótica, concretiza a “Síndrome de Ícaro” inerente às maiores ambições humana, e que em si contém simultaneamente um desfecho de Céu ou a fatalidade da queda.
Hausu é um dos objectos mais invulgares que alguma vez vi : de um colorido encantado de meninas adolescentes decalca-se uma fantasia surrealista gore, e sem limites se espalha um filme entre uma multiplicidade inesgotável de técnicas, cores, velocidades, tempos. E enquanto os olhos se divertem a resgatar as engenhosas imagens submersas entre bonecadas, truques de magia e arco-íris, este recuo à adolescência sabe a diversão pura.
Tiago Ribeiro
1. The Great Dictator (O Grande Ditador, 1940) de Charles Chaplin
2. City Lights (Luzes da Cidade, 1925) de Charles Chaplin
3. Duck Amuck (1953) de Chuck Jones
4. Sherlock Jr. (Sherlock Holmes Jr., 1924) de Buster Keaton
5. A Comédia de Deus (1995) de João César Monteiro
6. Team America: World Police (Team America: Polícia Mundial, 2004) de Trey Parker e Matt Stone
7. A Royal Scandal (Os Amores de Catarina da Rússia, 1945) de Otto Preminger e Ernst Lubitsch
8. Mon Oncle (O Meu Tio, 1952) de Jacques Tati
9. Bijitâ Q (Visitor Q, 2001) de Takashi Miike
10. The Seven Year Itch (O Pecado Mora ao Lado, 1955) de Billy Wilder
Uma lista onde existe um filme (City Lights) que constitucionalmente deverá fazer parte de um top de qualquer género, mais três (Great Dictator, Sherlock Jr. e Mon Oncle) que são já hoje peças emblemáticas e “consensuais” na categoria, e o resto que nos foi chegando à memória, nalguns casos onde a “comédia”, apesar de ser o prato principal, deixa lugar a outras ambiências e sucessos. Como sempre, a lista da próxima semana já teria outros nomes, e a da semana seguinte outros ainda, e parafraseando um dos autores na lista, “e assim sucessivamente”. Até porque, como crentes que somos de que em 98% de todo o cinema produzido até hoje há elemento “humor” a descobrir, ficam uns bons milhões de fora. Portanto: o que é “um filme de comédia”? Já é demasiado tarde para estar a responder a isso, mas penso que ver qualquer um desses dez filmes já poderá dar uma pista. ZAZ, Lewis, Carrey, Verhoeven, Woo, Lloyd, Fields: estarão sempre no nosso coração.