“Fundamental é a vida. A vida continua sempre. É de vida que fala este filme de morte.” Estas palavras, ditas pela boca de João Bénard da Costa a respeito de um outro filme [julgo que Ta’m e guilass (O Sabor da Cereja, 1997) de Abbas Kiarostami], encerram o documentário de Manuel Mozos. O realizador usa-as para descrever (descobrir, descerrar) a sua obra. João Bénard da Costa: Outros Amarão As Coisas Que Eu Amei (2014) é menos uma biografia de uma figura importante do que o luto pela morte de uma pessoa amada. Mais precisamente, é a (tentativa de) ressurreição do seu espírito. Um milagre do cinema, a vida para além da vida.
O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.