Mack Sennett, o rei da comédia slapstick, terá proferido: “Reduce conventions, dogmas, stuffed shirts, and authority to nonsense, and then watch it blossom into pandemonium”. O pandemónio é o estado que Dumont procura, não necessariamente pela irrisão social (como quase todo o slapstick do cinema mudo) mas sim pelo poder mortificador do excesso. Ma Loute (2016) oleia, ao limite da sensibilidade, o balancé das altas e baixas culturas, e o resultado é um objecto tomado pelas paixões da existência.
O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.