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À pala de Walsh
Cinema em Casa, Críticas 1

Bug (2006) de William Friedkin

De Luís Mendonça · Em 29 de Setembro, 2017

Regressamos a um dos filmes mais urgentes da primeira década do século XXI a propósito da parceria do À pala de Walsh com a plataforma Filmin. Estamos a oferecer acesso a este filme de William Friedkin, que trabalhou como poucos – bem por dentro, isto é – a ansiedade e angústia da América Bush, pós-11 de Setembro. Saiba como ganhar o passatempo no fim deste texto.

William Friedkin é um dos mais ousados realizadores americanos da actualidade – estamos, por isso, desejosos de ver o seu mais recente filme, o documentário The Devil and Father Amorth (2017). Porquê ousado? Em primeiro lugar, devido à sua aptidão para criar uma atmosfera própria em cada filme que realiza; em segundo lugar, porque filma como poucos, sem medo das “imagens feias”; em terceiro lugar, porque preserva desavergonhadamente a aura de realizador maldito – na sua autobiografia, o indispensável The Friedkin Connection, o próprio diz que, por vezes, a cobrança do sistema hollywoodesco é menor se se fizer um “filme maldito” do que um hit. E Friedkin, cineasta que gosta do risco, sabe bem o que é fazer um hit e afundar o barco no boxoffice pouco tempo a seguir. Sobre esta oscilação, entre o sucesso e a maldição, recomenda-se a leitura deste artigo de J. Hoberman.

Desde o começo, Friedkin podia ter-se agarrado ao rótulo de “realizador de acção”, mas o brilhante The French Connection (Os Incorruptíveis Contra a Droga, 1971) nada teve que ver com o seu outro (na realidade último grande) sucesso de bilheteira: o tétrico e cavernal The Exorcist (O Exorcista, 1973). Desde aí, a derrapagem tem sido notória, muitos dos seus filmes caíram no esquecimento e, só agora, alguns deles estão a ser recuperados, graças ao DVD/Blu-ray. Por exemplo, esses dois magníficos filmes chamados Sorcerer (O Comboio do Medo, 1977) e Cruising (A Caça, 1980) ou, a minha mais recente descoberta, o actualíssimo retrato intimista contra a discriminação homossexual The Boys in the Band (Os Rapazes do Grupo, 1970).

Bug não é só política. Esta é também uma das mais estranhas, trágicas, densas, significativas e, como corolário, belas histórias de amor do cinema americano deste século.

Friedkin é um realizador tão subvalorizado que poucos foram aqueles que levaram a sério o filme que precede este Bug (2006), de nome The Hunted (O Batedor, 2003). Por sinal, filme de acção animal a fazer lembrar, a espaços, The French Connection, com o estilo frontal e descarnado (sem um efeito CGI) caro ao realizador. Bug leva toda esta economia estilística a um novo extremo: desta vez, temos a câmara e pouco mais do que cinco personagens num único cenário (um motel isolado no deserto). Podia ser The Boys in the Band – história de vários amigos que reúnem num apartamento, acabando por evidenciar, mediante um convívio torturado, os preconceitos sexuais que minam a sociedade americana -, mas o assunto aqui é outro: a América aterrorizada do pós-11 de Setembro. Estamos fechados com as personagens a decantar o nosso – que é o delas – tão contemporâneo medo… medo de tudo. Verdadeiro terror doméstico, huis clos.

Bug parece contemplar tudo aquilo que apelidaria de “cenário à la Roman Polanski”, com uma história que resultaria de um encontro perfeito, com tudo para correr mal, entre David Cronenberg e a personagem de Sterling Hayden em Dr. Strangelove (Doutor Estranhoamor, 1964) (aquela que julgava que a água estava contaminada). Esta obra remete ainda para a dinâmica e rigor formais das “peças filmadas” de Alfred Hitchcock, ainda que a montagem sobressaia para enfatizar o delírio e a loucura (com um punhado de flashes atordoantes a intercalar cenas). Mas estas referências são apenas pontuais e nunca Bug envereda pela homenagem cinematográfica ou a lógica do “filme-filme” meramente citatório: as marcas de outros universos cinematográficos estão lá, mas devidamente digeridas e transformadas numa linguagem poderosa difícil de localizar, algures entre o cinema e o teatro, como entre a realidade e o delírio.

A paranóia securitária pós-11 de Setembro pulsa em cada cena de Bug, como os bichos que mordem – e irritam, e muito! – por baixo da pele dos dois protagonistas (Ashley Judd e Michael Shannon, ambos soberbos). A América a coçar as suas feridas e a abrir umas ainda maiores. A câmara – esta câmara-bisturi que abre a alma de uma nação ferida, esta câmara-alicate que arranca o siso do ódio, da loucura e da intolerância – nunca desliga da acção, apurando progressivamente uma sensação de desajustamento (mental, psicológico, corporal) que se acentua dramaticamente na última meia hora. Só voltámos a ver algo assim – tanto terror doméstico – recentemente com Mother! (Mãe!, 2017). No pico de toda esta convulsão/rebelião psicológica e física percebemos que Bug não é só política. Esta é também uma das mais estranhas, trágicas, densas, significativas e, como corolário, belas histórias de amor do cinema americano deste século.

Este texto continua a rubrica Cinema em Casa onde regularmente o À pala de Walsh fará os destaques de lançamentos DVD/Blu-Ray /VOD no mercado nacional. Bug pode ser visto em streaming na mais recente plataforma de VOD nacional, o Filmin. O À pala de Walsh, em colaboração com o Filmin, dá a possibilidade ao leitor de se habilitar ao acesso temporário à plataforma de forma a ver o filme. Bug está acessível para visionamento na plataforma streaming Filmin. 

Para se inscrever no sorteio de dez códigos que temos para oferecer, basta que partilhe nas redes sociais o link desta crítica e envie um mail para apaladewalsh@gmail.com com o seu primeiro e último nomes e a resposta à seguinte pergunta:

Como se chama o autor da peça de teatro que o filme de William Friedkin adapta?

As inscrições estão abertas até 23h59 do próximo dia 7 de Outubro e o resultado do sorteio será anunciado no dia seguinte com base na distribuição aleatória do sítio Random.org.

Boa sorte!

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2010'sAshley JuddDavid CronenbergFilminJ. HobermanMichael ShannonRoman PolanskiSterling HaydenWilliam Friedkin

Luís Mendonça

"The great creators, the thinkers, the artists, the scientists, the inventors, stood alone against the men of their time. Every new thought was opposed. Every new invention was denounced. But the men of unborrowed vision went ahead. They fought, they suffered, and they paid - but they won." Howard Roark (Gary Cooper) in The Fountainhead (1949)

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1 Comentário

  • Pablo Aleixo diz: 19 de Novembro, 2017 em 12:48

    Olá! Já conferiram a série de terror-noir existencialista e totalmente brasileira?

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