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As aventuras de Rui na terra do cinema

De Paulo Cunha · Em 1 de Outubro, 2017

Apesar de um auspicioso início de carreira, com uma memorável interpretação como frágil e circunspecto Júlio, o aprendiz de sapateiro em Os Verdes Anos, Rui Gomes teve uma passagem algo meteórica pelo cinema português. Nascido na cidade da Beira, em Moçambique, em 1939, Rui Gomes apresentava à época um curriculum demasiado modesto: havia sido figurante em O Homem do Dia (1958), um drama musical de Henrique Campos, em Business (1960), um drama francês de Maurice Boutel, e em Portuguese Holidays (1957), de R. Lusby.

Nos meses imediatamente seguintes ao filme de Paulo Rocha, Rui Gomes interpretaria quatro pequenos papéis secundários – Pão, Amor e… Totobola (1964); L’anne du bac (1964), Um Melro Branco (1964); e Crime de Aldeia Velha (1964) – e faria uma pausa na carreira de actor para trabalhar no Brasil, na importante Difilme, que produzira O Padre e a Moça (1966) de Joaquim Pedro de Andrade e distribuíra Terra em Transe (1967) de Glauber Rocha e Capitu (1968) de Paulo César Saraceni, entre outros.

 Rui Gomes tenta a sua sorte como produtor, naquela que seria uma das mais traumáticas experiências do cinema português

De regresso a Portugal, tenta a sua sorte como produtor, naquela que seria uma das mais traumáticas experiências do cinema português. Sediada na Avenida Infante Santo, em Lisboa, a Produções Rui Gomes definiu um ambicioso projecto de produção contínua, que pretendia revolucionar o “cinema português” com uma filosofia que propunha a eliminação de barreiras anteriores tais como “cinema novo”, “cinema velho”, “filme de arte” ou “filme comercial”. Apesar de todo o arrojo e voracidade apresentada, esta produtora só somou projectos não concretizados.

O primeiro projecto seria Os Caminhos da Verdade, um “filme de vanguarda, artístico rodado em moldes clássicos destinado a público de classes A e B”. Nunca concluído, este filme sobre o regresso a Lisboa de um jovem militar que cumprira o serviço militar na guerra em África, estava a ser realizado por Michel Ribó, um realizador luso-francês estreante e praticamente desconhecido, e que juntava no elenco, para além do próprio Rui Gomes, os franceses Barbara Laage e Gil Vidal, e as actrizes portuguesas Guida Maria e Glicínia Quartin.

O segundo, com rodagem prevista para Dezembro de 1971, seria Pourquoi Patrícia?, uma comédia dramática com realização de um jovem estreante francês de nome Guy Jorré, com Barbara Laage e Rui Gomes como protagonistas. De acordo com a produtora, este seria um “filme de categoria especial” inteiramente rodado em Portugal e que já garantira um subsídio do Centre de Cinema Français. O filme acabaria por ser concretizado apenas em 1979, em versão telefilme, mas já sem qualquer relação com Rui Gomes.

Para Abril de 1972 estava prevista a rodagem de Sombras no Firmamento, um filme de ficção científica com argumento de Chad Olivier e realização partilhada de Clara d’Ovar e Pierre Kast, contando no elenco com um cotado Daniel Gélin (trabalhara em filmes de Max Ophuls, Sacha Guitry, Hitchcock e Jean Cocteau), Barbara Laage, Rui Gomes e Rogério Paulo e um argumento muito arrojado para o cinema português da época: “Filme de ficção científica contando a colonização da terra por habitantes de outra Galáxia. Destinado a todos os públicos pela actualidade do tema e interesse que despertam no mundo inteiro as viagens espaciais.”

Outro projecto, o “drama de antecipação” Les Fanatiques, seria realizado por Michel Ribó e Gonçalves Preto, com supervisão de Arthur Duarte. O elenco seria composto pelos suspeitos de costume: Gil Vidal, Barbara Laage, Rui Gomes, e ainda Isabel de Castro, José de Castro, Varela Silva e Miguel Franco.

Pelo que se lê, a francesa Barbara Laage, que chegara a Portugal para rodar Vacances portugaises (1963), de Pierre Kast, e por cá ficara para protagonizar O crime de aldeia velha (1964), de Manuel Guimarães, seria uma figura central das Produções Rui Gomes: para além de estar previsto que protagonizasse três longas-metragens, Laage também seria assistente de produção do último projeto da produtora. Felizmente, Laage teria melhor sorte que os projectos de Rui Gomes, uma vez que entretanto conseguira um trabalho com François Truffaut em Domicile conjugal (Domicílio Conjugal, 1970).

No seu plano de intenções enquanto produtor, Rui Gomes anunciava ainda a compra de direitos de três argumentos: A Odisseia de Monsanto, que seria um “filme de grande espectáculo, passado no tempo das invasões napoleónicas”; O Bailado das Marionetas, uma comédia dramática rodada em Lisboa; e Sinal n.º 100 – Odisseia de Carvalho Araújo, co-realizado por Arthur Duarte.

Este último projecto seria mesmo um dos mais conturbados e traumáticos na história desta pequena produtora. Ainda antes das Produções Rui Gomes, o primeiro pedido de subsidio ao SNI foi feito a 7 de Outubro de 1963, tendo sido recusado pelo Conselho de Cinema sem, aparentemente, ter apresentado qualquer justificação. No seguimento desta recusa, a 28 de Janeiro de 1965, Maurício de Oliveira, argumentista do filme e jornalista do Diário de Lisboa, escreve uma carta pessoal ao próprio Oliveira Salazar, pedindo que interviesse pessoalmente neste processo. Aparentemente, o ditador não terá manifestado interesse em “colaborar”, uma vez que o pedido de subsídio levaria uma segunda nega do Conselho de Cinema a 24 de Maio de 1966.

Três anos depois, Rui Gomes entra em cena e decide repescar o projecto de Arthur Duarte e submete-o novamente à consideração do SNI. O filme é rejeitado pela terceira vez, a 4 de Agosto de 1969, agora indeferido pelo Conselho de Cinema por “carência de verbas”. Menos de um ano depois, o projecto seria submetido por uma quarta vez, e seria rejeitado pelo Conselho de Cinema pela quarta vez, agora porque o relator do Conselho de Cinema, Alberto Pelotte, achou o “orçamento muito nebuloso”.

Indignado, a 24 de Julho de 1970, é o realizador Arthur Duarte quem escreve diretamente a Marcelo Caetano, o recente Presidente do Conselho, reclamando contra as decisões do Conselho de Cinema, nomeadamente por recusar apoiar um filme “de exaltação das melhores virtudes patrióticas, militares e marinheiras (essencialmente portuguesas)” que seguramente seria bem vindo “nesta hora da vida nacional”. O filme pretendia narrar a história da morte heróica de Carvalho Araújo, o comandante do caça-minas Augusto Castilho, que foi afundado pelo submarino alemão U-139 durante a Primeira Guerra Mundial. Apesar dos argumentos nacionalistas, tal como Salazar, Marcelo Caetano não terá manifestado interesse em “colaborar”, uma vez que o projecto não conheceu mais desenvolvimentos.

Desfecho igualmente dramático teria o arrojado projecto intitulado Richard, uma produção franco-portuguesa em Cinemascope e a Cores, que se insere “numa linha de classe A comercial”. Com exteriores em Lisboa, Estoril e Cascais, a rodagem estava prevista para Julho, Agosto e Setembro de 1970 e adaptaria a obra Ce Sang Qui Est Le tien, de J. M. Valente, um escritor francês especializado em romances policiais e eróticos.

Num elenco internacional, pontuavam o próprio Rui Gomes e aquela que seria, poucos meses depois, o rosto mais internacional do cinema português, Maria Cabral. O actor francês Jean Desailly [protagonista de La peau douce (Angústia, 1964) de Truffaut] e Paula Ribas também surgiam em participações especiais. De acordo com a produtora, a venda e distribuição internacional do filme estaria a cargo da norte-americana Columbia Pictures. Com todos estes argumentos de peso, o pedido de apoio financeiro ao SNI seguiu a 6 de Abril de 1970 (250 contos de subsídio a fundo perdido e um empréstimo no valor de 750 contos). Três meses depois, a 2 de Julho, o pedido seria indeferido pelo Conselho do Cinema.

Mas 1970 traria, pelo menos, um momento memorável a Rui Gomes, a estreia na realização. Pouco se sabe sobre Sou Louca por Você, apenas que é um filme co-realizado por Gomes e pelo desconhecido Isnard Fernandes, foi produzido no Brasil pela Aurora Duarte Produções Cinematográficas. Desconhece-se data de estreia do filme ou quaisquer pormenores narrativos.

O sonho de Rui Gomes de criar uma produtora cinematográfica com um volume de produção contínua seguindo a fórmula das Produções Cunha Telles terá terminado definitivamente com o projecto Kanimambo, uma co-produção luso-franco-brasileira em forma de “comédia jovem, sofisticada e musical, a primeira “comédia de gags” rodada em África”. A música também teria um papel importante no filme. Kanimambo, que significa “Obrigado” num dialecto indígena moçambicano, era também o título de uma canção popularizada por João Maria Tudela. O Grupo de Marimbeiros Zavalas também constava do elenco.

Realizada por Arthur Duarte, com rodagem em Moçambique, o argumento era assinado em parceria por Rui Gomes e Michel Ribó e contava as aventuras e desventuras amorosas de uma espécie de hexágono amoroso: Paula (Paula Ribas) é uma cantora popular que faz uma digressão por Moçambique, acompanhada pelo seu agente Miguel (o brasileiro Aurélio Tomassini). Sophie (Florbela Queiroz), uma francesinha, apaixona-se por Miguel, que não se interessa. Paula é cortejada por Gino (Gil Vidal), um fotógrafo francês que viaja acompanhado pela modelo negra Leolele (a brasileira Luiza Maranhão). Por seu lado, Leolele é cortejada pelo pai de Sophie, o Mr. Dupont (o francês Jean Paredes), um “gentlemen francês que parece ter saído do Faubourg St.”

Entre outras particularidades, o filme previa ainda a participação especial de um tal de “Mister Zannock, o célebre produtor americano” que contrataria este exótico hexágono para uma super-produção de Hollywood. Muito provavelmente, este “célebre produtor americano” seria Darryl F. Zanuck (1902-1979), um dos fundadores da 20th Century Fox.

O pedido de financiamento é submetido no dia 14 de Dezembro de 1970, que incluía ainda um álbum fotográfico com a reperáge já realizada em Moçambique. A 30 de Dezembro desse ano, o Conselho de Cinema emite um parecer negativo: “Tudo depende, como é evidente, do modo como esse elementos locais venham a ser tratados e inseridos na história, e isso, só depois do filme acabado, o poderemos saber…”; o orçamento também foi considerado “excessivo para um filme sem outras pretensões e para o nosso meio”; e o Conselho de Cinema manifestava ainda alguma dúvidas em relação à capacidade física de Arthur Duarte, então com 75 anos de idade, em “arcar com as responsabilidades” de um filme tão exigente.

Entre Janeiro e Março de 1971, em resposta ao parecer negativo, Gomes apresenta uma nova composição do elenco e, forçosamente, no enredo: a “rainha do Twist” Paula Ribas seria substituída pelo galã da canção João Maria Tudela (que interpretaria Norton, o novo protagonista do filme), o brasileiro Carlos Mossy substituiria Aurélio Tomassini como Miguel, e a francesa Maria Pacome seria Gaby, uma repórter fotográfica que substituiu Gil Vidal. A referência ao produtor Zannock desaparece, mas o final do filme mantém o seu final, com João Maria Tudela a receber uma proposta de um produtor de Hollywood para ser o protagonista de uma nova série de filmes do Tarzan!

No dia 19 de Abril de 1971, o Conselho de Cinema volta a indeferir o pedido. Dois dias depois, Rui Gomes escreve ao SNI a pedir a devolução do álbum fotográfico para que a produção do filme pudesse prosseguir. Em 1972 está de volta ao Brasil para co-produzir e protagonizar uma adaptação da A Selva, de Márcio de Souza. Depois disso, apenas o voltaríamos a ver numa fugaz participação num episódio de uma série francesa de televisão (Jo Gaillard, 1975), em alguns filmes europeus para adultos (Erotic Nightmare, 1976; Mykonos illusions, 1977; To symblegma, 1978; Violación inconfesable, 1981) e, finalmente, de volta a Portugal, duas participações em filmes de João Mário Grilo (Longe Daqui, 1993; Os Olhos da Ásia, 1996).

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Paulo Cunha

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