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O legado do Arquiteto Mateus Júnior

De Tiago Baptista · Em 22 de Abril, 2018

Os filmes e a coleção de câmaras e projetores de pequeno formato do Arq. Mateus Júnior constituem um dos maiores e mais importantes depósitos de materiais de pequeno formato (sub-35mm) da coleção da Cinemateca. Seria, sem dúvida alguma, uma das alas mais importantes em qualquer museu de cinema do mundo.

Luís Mateus Júnior nasceu em Praia do Ribatejo, concelho de Vila Nova da Barquinha, em 1913. Estudou no Liceu Nuno Álvares, em Castelo Branco, e formou-se em Arquitetura na Escola de Belas-Artes de Lisboa. Foi cineclubista e cineasta amador e fez parte do Belcine, um clube de cineastas amadores criado na Parede em 1943, onde realizou os filmes O Portal do Mundo Estranho e Medo. Foi também membro do Cine-Clube Imagem, fundado pela revista homónima em 1951, em Lisboa.

Trabalhou como desenhador-decorador na Câmara Municipal de Lisboa (CML) a partir de 1944. Tornou-se arquiteto urbanista em 1946. E foi na CML, onde trabalhou até atingir o limite legal de idade, 70 anos, em 1983, que Mateus Júnior realizou a maior parte da sua extensa filmografia. Entre os anos 1940 e 1960, Mateus Júnior assinou quase 100 filmes, incluindo um jornal de atualidades, sempre em 16mm. Para além de várias visitas de chefes de estado estrangeiros à capital — entre os quais a Rainha Isabel II de Inglaterra, que também foi filmada na mesma ocasião por Manoel de Oliveira —, Mateus Júnior filmou os funerais do Marechal Carmona em 1951, o Hospital de Santa Maria em 1956, as obras do Metropolitano, ou o parque de Monsanto em 1960, para além de muitas outras efemérides camarárias durante todo aquele período. Foi, ainda operador de câmara do filme O Cortejo Histórico de Lisboa, filmado em Technicolor por António Lopes Ribeiro em 1947.

O arquiteto Mateus Júnior reuniu também uma das maiores coleções de equipamentos cinematográficos de pequeno formato do país. Nessa coleção incluem-se quase duas centenas de câmaras, projetores, visionadoras e coladeiras de 9, 5, 16, 8 e Super 8, assim como os respetivos acessórios e manuais de instruções, material de iluminação e de som, e material documental.

 

Câmara de filmar 8mm Meopta Admira 8F (Checoslováquia, 1961) | Inv. CPMC-PF867/000 (esq.)

Câmara de filmar 8mm Konica Zoom 8 IIS (Japão, 196-) | Inv. CPMC-PF863/000 (dir.)

Respeitando a sua vontade, a família doou o Legado Arquiteto Mateus Júnior à Cinemateca em 1999, cinco anos após a sua morte. Trata-se de um legado extraordinariamente importante quer pela sua diversidade, incluindo tanto os filmes como os equipamentos cinematográficos descritos acima, quer pelo facto de abranger um período temporal muito extenso. Entre os equipamentos reunidos por Mateus Júnior encontram-se representados os mais importantes fabricantes europeus, americanos, russos e asiáticos, e as câmaras e projetores mais significativos da história do cinema de pequeno formato, desde os anos 1920 até aos anos 1980.

Entre as peças mais interessantes destaca-se o modelo H16 da Paillard Bolex, a primeira câmara de 16mm com alimentação automática da película. A H16 foi o primeiro modelo de uma longa série de câmaras muito sofisticadas deste fabricante suíço, muitas delas usadas tanto por amadores como por profissionais. Destaca-se, também, a Cinephonic Eight, do fabricante americano Fairchild, que foi a primeira câmara de 8mm a permitir o registo de som magnético na própria película.

 

Câmara de filmar 8mm Fairchild Cinephonic Eight F Sound Zoom (EUA, 1963) | Inv. CPMC-PF900

Este legado integrou várias exposições temáticas, mas infelizmente nunca foi mostrado ao público no seu conjunto, tal como os filmes, cuja digitalização está em curso.

Todas as imagens: col. da Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

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Tiago Baptista

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