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À pala de Walsh
Dossier, Godard, Livro Aberto 0

Le livre d’image: Nunca há pontos finais.

De Sabrina D. Marques · Em 30 de Dezembro, 2018

 

0. Ground Zero

(Histoire d’O / Histoire d’Eau)

‘‘Cada olho negoceia por si mesmo’’

Jean-Luc Godard, Histoire(s) du Cinéma(1989-1999)

Je Vois / J’Imagine, Poème-Objet de André Breton, Man Ray, 1935
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard
Liberté et patrie (2002) de Jean-Luc Godard e Anne Marie Mièville

Recorre o Mistério do Homem-Pássaro:

  que Ovo segura?

De novo, cá está Godard das mãos aos olhos

decalcando Judex ou segurando o signo dessa primeira forma elíptica:

o zero, o ovo, o olho, a órbita

circulamos para percorrer com o foco,

habitamos com os olhos

em terras de sempre ver

em céus de ver mais e

o resto, imaginamos:

das águas primordiais

de onde tudo brota

a matéria chega torrencial

das mãos aos olhos, um ponto de partida:

resta uma possibilidade de ordem

e interpretações abundantes

como horizontes distendendo


[não há pontos finais.]

De l’origine du XXI Siécle (2002) de Jean-Luc Godard e Anne-Marie Mièville 
Adieu au langage (2014) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard
De l’origine du XXI Siécle (2002) Jean-Luc Godard e Anne-Marie Mièville 
Adieu au langage (2014) de Jean-Luc Godard
Hélas pour moi (1993) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard
Histoire(s) du cinéma (1989-1999) de Jean-Luc Godard
Alphaville (1965) Jean-Luc Godard
Vladimir et Rosa (1971) de Grupo Dziga Vertov
Le petit soldat (1963) de Jean-Luc Godard
Made in USA (1966) de Jean-Luc Godard 
Masculin féminin (1966) de Jean-Luc Godard 
Le gai savoir (1969) Jean-Luc Godard
Made in USA (1966) de Jean-Luc Godard 
Adieu au langage (2014) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard

Made in USA (1966) de Jean-Luc Godard 
Le livre d’image de Jean-Luc Godard

1. O sentido é o que existe entre duas imagens * 

*MONDZAIN

Le livre d’image de Jean-Luc Godard
JLG/JLG Auto-Portrait de Décembre (1994) de Jean-Luc Godard
Film socialisme (2010) de Jean-Luc Godard

À hora em que a civilização existe por imagens,

O Criador de Imagens interrompe a sua Criação:

O Criador constrói a barca – Film socialisme.

O Criador navega à bolina – Adieu au langage.

Agora, o Criador já não não adiciona novas imagens ao caudal das imagens.

Ele colecciona imagens.

Ele colecciona imagens pequenas e grandes.

Ele colecciona imagens fixas e em movimento.

Ele colecciona imagens que ama e que detesta.

Ele colecciona imagens assinadas pelo homem e pela máquina.

Ele colecciona imagens famosas e secretas.

Ele colecciona imagens profissionais e anónimas.

Ele colecciona ilustrações televisivas e insígnias do cinema.

Ele colecciona campanhas publicitárias e posts de redes sociais.

Ele colecciona imagens e, defronte destas,

todos os dias, ele formula questões.

                    Depois

                    há dias de abrir o álbum de recortes e

                    -há que olhar como quem vê

recordando como

TODO O CRIADOR  

É UM MANIPULADOR.

Ici et ailleurs (1976) de Grupo Dziga Vertov
Éloge de l’amour (2001) de Jean-Luc Godard
JLG/JLG Auto-Portrait de Décembre (1994) de Jean-Luc Godard
Le mépris (1963) de Jean-Luc Godard
Pierrot le fou (1965) de Jean-Luc Godard
Adieu au langage (2014) de Jean-Luc Godard
 Hélas pour moi (1993) de Jean-Luc Godard,
Film socialisme (2010) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard

tal como Film socialisme

Le livre d’image redesenha

um Mediterrâneo em moldura expansiva:

(passa-se aqui como ali)

este é o mar da deriva ocidental

o mar que engoliu os saques e diluiu os sangues

o mar onde se cruzam as línguas e as peles

o mar do refúgio e do recâmbio

um mare tão nostrum que lh’encerramos as baías

: do lado de lá há a Guerra e cá

fechamos os olhos e os portos e ali

ficam a morrer as barquetas

sobrelotadas até ao naufrágio

as águas estão a ficar vermelhas

(não ouvem chorar as praias?

os mares engolem os anónimos

          os corpos da execução sumária

                    navegam os cadáveres dos bichos e do PVC

                      diluem venenos ~ óleos ~ petróleos

                              conhecem o gosto amargo do sobreconsumo

(não ouvem chorar as praias?

o túmulo mediterrânico ganha voz nas imagens sujas e

: o velho continente submerge  

como um navio pesado de si

e

o mesmo mar arterial que viu Napoleão flutuar

                                            Leões de Pedra sobre esqueletos de madeira

(uma era saqueada por outra dá em museu)

          hoje

          vê nascer fascismo

          onde ontem

          nasceu democracia

e

           entre artefactos e línguas mortas

                    resta um chão esgotado como um cemitério

cansadas ~ devolutas ~ decadentes

as coisas caem sobre as coisas

                                        e os vivos esses

                                        definhando no chão  

                                        enlaçados por políticas mortas

: memória

vestígios da civilização

que já não se é

permanecem

à distância

[…]

QUO VADIS EUROPA?

perguntam GODARD, SOKUROV, VON BAGH, BRENEZ, MIEVILLE, BATTAGGIA, ARAGNO,

e mais quem se deixar atravessar pelo perguntar:

Film socialisme de Jean-Luc Godard

          Como reagimos às

          imagens do terrorismo

                                       que nos chegam todos os dias?

Porque finge a informada Europa que não sabe

o que acontece às pessoas

do lado de lá do Mediterrâneo?

o horror é a mercadoria:

o desastre de uns é o entretenimento de outros

o sangue vale dinheiro.

L’OR

L’ORDRE

L’ORIGINE

2. Pensar com as mãos

‘‘A verdadeira condição do homem é pensar com as mãos.’’

Jean-Luc Godard (Le livre d’image)

Histoires(s) du cinéma de Jean-Luc Godard
Scénario du film Passion (1982) de Jean-Luc Godard
Nouvelle vague (1990) de Jean-Luc Godard
Une femme mariée (1964) de Jean-Luc Godard  
Histoire(s) du cinéma (1989-1999) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard
Nouvelle vague (1990) de Jean-Luc Godard 
Pierrot le fou (1964) de Jean-Luc Godard
Liberté et pátrie (2002) de Jean-Luc Godard e Anne Marie Mièville
Vivre sa vie (1962) de Jean-Luc Godard
Une femme mariée (1964) de Jean-Luc Godard  
La chinoise (1967) de Jean-Luc Godard
British sounds (1969) de Jean-Luc Godard e Jean-Henri Roger
Je vous salue Marie (1984) de Jean-Luc Godard
Vladimir et Rosa de Grupo Dziga Vertov
Ici et ailleurs (1967) de Grupo Dziga Vertov
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard
Histoires(s) du cinéma de Jean-Luc Godard
Film socialisme (2010) de Jean-Luc Godard

Godard organizou LE LIVRE D’IMAGE em cinco capítulos como os cinco dedos da mão e é de si que ouvimos que penser avec les mains (título de uma das suas Histoire(s)) é a verdadeira condição do homem.

Onde há representação, há civilização:

Cada imagem traz mãos em si inscritas.

  • Cada imagem é uma criação significante;
  • Cada imagem é um sub-produto humano;
  • Cada imagem é a sua própria biografia calada;

3. Crónica Carmim

Uma imagem é o vestígio do agenciamento activo do humano: há uma razão de ser em cada imagem. (Qual razão? A pergunta é essa, sempre.)

[a morte do cinema]

Film socialisme (2010 )de Jean-Luc Godard
Liberté et patrie (2002)de Jean-Luc Godard e Anne Marie Mièville
Histoire(s) du cinéma (1989-1999) de Jean-Luc Godard
Um film comme les autres (1968) de Jean-Luc Godard
Pierrot le fou (1965) de Jean-Luc Godard
Made in USA (1966) de Jean-Luc Godard
Soigne ta droite (1987) de Jean-Luc Godard
Le vent d’est (1970) de Grupo Dziga Vertov 
Liberté et patrie (2002) de Jean-Luc Godard e Anne Marie Mièville
Meetin’ WA (1986) de Jean-Luc Godard
Nouvelle vague (1990) de Jean-Luc Godard
Tout va bien (1972) de Grupo Dziga Vertov 
Weekend (1967) de Jean-Luc Godard 
Made in USA (1966) de Jean-Luc Godard
Pierrot le fou (1965) de Jean-Luc Godard
Le vent d’est (1970) de Jean-Luc Godard

Lia-se na sala de projecção ocupada pela equipa de produção (encabeçada por Fritz Lang), em Le mépris (O Desprezo, 1963):

‘‘IL CINEMA È UN’INVENZIONE SENZA AVVENIRE.’’

Louis Lumière

Le mépris (1963) de Jean-Luc Godard

Recordam-se?

Em Capri, no meio do Mediterrâneo, uma claquete anunciava a adaptação por Fritz Lang da saga de Ulisses, agora em Technicolor. É Godard quem, eterno iconoclasta, manipula marcas > figuras > ícones > cores, recolocando a cultura pop num centro por si designado, assim sublinhando a qualidade encenada da realidade. Se a mimesis procura replicar o real, anunciar [como bom discípulo de Brecht] essa distância à verosimilhança é legitimar o espaço necessário para o poder estudar:

As imagens de Godard dizem mais sobre o gesto de representar do que sobre o objecto representado?

Da película ao vídeo > do analógico ao digital > do grão ao pixel > Godard avançou na cor até à saturação. Nunca tão contrastadas, em Le livre d’image as imagens foram repuxadas até ao borrão. As formas são vincadas pela cor. A velocidade de reprodução aumenta. O som agudiza:

tudo explode

Tudo nos recorda de que

nada há de natural nestas imagens

                         : elas são feitas por homens com as suas máquinas

Recolhendo imagens de fontes diversas, na sua disforme amálgama de fraca definição, Le livre d’image funciona como um catálogo de evocações:

As imagens correm no ecrã

tecem a mortalha que hoje

enreda de imagens o mundo  

e a saturação passa a ser física

: largado no interior da ferida aberta

o espectador entontece de vermelho

Godard cai quente como o sangue

: A morte veste carmim

                                banalizada pelo excesso em que é mostrada

                                ~ na televisão ~ na internet ~ no cinema ~

tudo arde

  • restam esses rostos idos que a imagem ainda captou;
  • restam grandes ditos que se deixaram em filmes e em livros;
  • restam as homenagens (olhos para rever, vozes para recitar)
  • restam mãos para transformar ~ replicar ~ fazer sobreviver mais um pouco.
Pierrot le fou (1964) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard
Adieu au langage (2014) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard
Adieu au langage (2014) de Jean-Luc Godard
Pierrot le fou (1964) de Jean-Luc Godard
Weekend (1974) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard

Uma mesa-de-montagem para ordenar o mundo.

Ei-lo de novo de mãos na matéria,

transformando [mix plus]

: são sobreposições, são texturas, são retintagens

: são recortes, são inundações, são recordações

: são imagens a constituir-se ou a fragmentar-se

anunciada está

entre a chama e a cor nova

a destruição dos referentes:

descontextualizar = recontextualizar

assim se serve um pensamento em liberdade  

                                 delápide

                                               da linguagem prévia

& já perto do fim

é Godard a ilustrar o seu exercício

                citando Brecht:

           “só o fragmento pode conservar a autenticidade”.

4.  MOI / TOI = HISTOIRE

Histoire(s) du cinéma (1989-1999) de Jean-Luc Godard
Numéro deux (1975) de Jean-Luc Godard
Liberté et patrie (2002) de Jean-Luc Godard e Anne Marie Mièville
JLG/JLG Auto-Portrait de Décembre (1994) de Jean-Luc Godard
Le gai savoir (1969) de Jean-Luc Godard
Ici et ailleurs (1976) de Grupo Dziga Vertov

aqui

o decalque

          não mostra apenas as linhas-mestras

          Johnny Guitar, Saló, L’Atalante, À Beira do Mar Azul, Vertigo, Monsieur Arkadin, La Strada, Sicilia!, Los Olvidados, Sang des Bêtes, Paisà, La Grève, etc

          não mostra apenas os grandes autores

          Brecht, Ramuz, Malraux, Hölderlin, Tolstoi, Shakespeare, Michelet, Rosa Luxemburgo, etc

          não mostra apenas os artistas maiores

          Da Vinci, Giacometti, Artaud, etc

          mostra os seus próprios filmes

          & mostra

          muito particularmente

a imagem viciada pelo horror.

< a mais comum das mercadorias consumida e transacionada pelo capitalismo >

hoje

(a imagens fazem parte de todas as vidas)

incessantes as câmaras de vigilância

incessantes as samplagens e os streams  

incessantes os multicanais e as antenas e as câmaras e os ecrãs

incessantes as imagens

[…]

e com o projecto torrencial do mundo-feito-imagem em mãos

será sempre ruídoso o tratado sobre o ruído:  

LE LIVRE D’IMAGE é um filme do século XXI.

Le livre d’image (2018) Jean-Luc Godard
Une catastrophe (2008) de Jean-Luc Godard
Histoire(s) du cinéma (1989-1999) de Jean-Luc Godard
Adieu au language (2014) de Jean-Luc Godard

A vida nunca foi tão contemporânea,

é como se dissesse Godard.

A imagem nunca assim serviu a contemporaneidade,

e nunca assim se serviu a contemporaneidade da imagem,

          é como se dissesse Godard.

                                        Este é o século das imagens

                    mas nem todas as imagens são deste século,

                                                            é como se dissesse Godard.

”O Eu que pensa não é o mesmo que o Eu que existe.” 
For Ever Mozart (1997), Jean-Luc Godard

&

quando a produção de imagens

esmaga a sua capacidade de leitura,

há que retroceder

          [to see the big picture]

        : a civilização que existe mede a civilização que falta

               : tudo é ensaio porque tudo é (entre) comparação

          de ontem para hoje

                    LE LIVRE D’IMAGE

                    é uma arqueologia de sons ~ vídeos ~ textos

                    mesclados À GODARD (expanded)

                                                              filme-ensaio ou

                                       panorâmica de pés assentes no presente

                                                             + GODARD na sala-escura em voz off

                                                                                                debitando pistas

  […]

Adieu au langage (2014) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard
Film socialisme (2010) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard
Film socialisme (2010) de Jean-Luc Godard
Pierrot le fou (1964) de Jean-Luc Godard
Film socialisme (2010) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2010) de Jean-Luc Godard

> LES ANIMAUX

          à hora de diagnosticar a imagem contemporânea

          Godard reune pelo retrato:

                          pessoas e animais estão no mesmo barco dos confinados

‘‘uma civilização que não trata dos animais não trata das pessoas’’

é como se dissesse Roxy Miéville ~ só lhe falta falar

filha legítima do cinema de Jean-Luc Godard e de Anne-Marie Miéville

& Star 3D de Adieu au langage

regressada em Le livre d’image

5. LES SIGNES PARMI NOUS

Histoire(s) du cinéma (1989-1999) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard
Film socialisme (2010) de Jean-Luc Godard
Histoire(s) du cinéma (1989-1999) de Jean-Luc Godard
Histoire(s) du cinéma (1989-1999) de Jean-Luc Godard

A mão criadora foi transformada em mão ordenadora.

A câmara-de-filmar foi transformada em mesa-de-montagem.

<PORQUE O CINEMA AGORA É OUTRA COISA>

Le livre d’image começa e acaba com imagens de mãos e

das mãos da criança árabe

(que brinca com uma bobine obsoleta de película a fingir de roda)

<PORQUE O CINEMA AGORA É OUTRA COISA>

suspende-se a intenção que atravessa todo o seu legado:

   -há que haver uma revolução.

& dificultado pela tosse

é na rouquidão de uma voz de 88 anos que confessa

– quando éramos jovens nós esperávamos (…)

Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard
Episode 4B: ‘‘Les Signes Parmi Nous’’ – Histoire(s) du Cinéma (1989-1999) de (Jean-Luc Godard

recorrente como um aviso,

regressa também o seu intertítulo

[que vem do título homónimo de Ramuz]:

OS SIGNOS ENTRE NÓS

(pedem mais olhar aos olhos)

Liberté et patrie (2002) de Jean-Luc Godard e Anne Marie Mièville
Scénario du film Passion (1982) de Jean-Luc Godard
L’origine du XX Siécle (2000) de Jean-Luc Godard
Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard

Incessantes como comboios que se atravessam entre a luz e o negro,

as imagens trazem atrás de si outras imagens.

                : o continuum

                        vai e volta e

                                    nesse movimento

                                        é a imagem que se (re)constitui.

do ovo ao olho:

em filme ou em livro / em texto ou em imagem

ficam ideias como instrumentos

(e são de quem as quiser agarrar)

‘‘Nunca se é demasiado triste para que o mundo possa ser melhor.’’

Anne-Marie Miéville, Le livre d’image (O Livro de Imagem, 2018)

Le livre d’image (2018) de Jean-Luc Godard

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Sabrina D. Marques

''Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.'' Fernando Pessoa (Tabacaria)

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