O que salta mais à vista olhando para este Palatorium? As divisões, pois claro. Veja-se, por exemplo, como os mais recentes filmes de Kechiche [Mektoub, My Love: Canto Uno (Mektoub, Meu Amor: Canto Primeiro, 2017)], Petzold [Transit (2018)] e Jia Zhangke [Jiang hu er nü (2018)] e, claro, Gaspar Noé [Climax (2018)] e Yorgos Lanthimos [The Favourite (2018)]. As reacções vão de zero a cinco. Como é que, face a isto, o À pala de Walsh funciona e somos todos amigos no final do dia? Bom senso e muito amor à diversidade, meus caros. Mesmo muito.
Onde está o consenso? Nas propostas mais clássicas, de Clint Eastwood [The Mule (Correio de Droga, 2019)] e Alfonso Cuarón [Roma (2018)]. Os walshianos nutrem ainda uma especial simpatia pelo mal-amado Glass (2019), investida anti-heróica de M. Night Shyamalan contra Hollywood. Por fim, o destaque para os novos filmes portugueses que chegaram às salas comerciais: Chuva É Cantoria Na Aldeia dos Mortos (2018) e A Portuguesa (2018). Em jeito de coringa, classificamos a performance de Conan Osíris no Festival da Canção: Telemóveis (2019). De novo as águas dividem-se.
