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À pala de Walsh
10 anos, 10 filmes, Dossier 0

10 anos, 10 filmes #10: João Salaviza

De À pala de Walsh · Em 2 de Janeiro, 2023

A 15 de Julho de 2012, o À pala de Walsh iniciava a actividade com um primeiro texto, escrito a oito mãos, pelos quatro fundadores do site. Entretanto passou uma década. Ao longo desses anos muitos foram os que escreveram connosco e publicámos mais de 2700 artigos, críticas, ensaios, textos coletivos, entrevistas, vídeos, conversas, ensaios visuais, crónicas e outras brincadeiras cinéfilas.

Depois de em Julho de 2022 termos apresentado o ciclo “10 anos à Pala” na Cinemateca Portuguesa, com 5 sessões seguidas de uma conversa sobre os filmes, apresentamos agora perto do final do ano uma outra iniciativa: o dossier “10 anos, 10 filmes”. Este dossier parte de um convite a um conjunto de realizadores portugueses cuja obra prezamos para nos ajudar a reflectir sobre o que foi esse cinema que por nós passou nos últimos 10 anos, através da escolha de um filme – que os tivesse surpreendido de alguma forma – e estreado durante esse período, acompanhado de uma pequena reflexão sobre essa escolha.

Hoje apresentamos a escolha de João Salaviza, realizador de Arena (2009), Rafa (2012), Montanha (2015) e Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (2018), entre outros.

Nũhũ Yãg Mũ Yõg Hãm: Essa Terra É Nossa (2020) de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero

25/06/2022

Querido Roberto! Espero que estejas bem, com saúde e energia! Escrevo-te pelo seguinte: o site À pala de Walsh faz 10 anos e pediu a vários realizadores para escreverem um texto sobre um filme que os tenha marcado na última década. Eu queria escrever sobre o Esta Terra é Nossa!. Podes enviar-me um link para eu rever o filme? Muito obrigado! Beijos!

26/06/2022

João, querido! Estou bem, apesar de tudo isso… Estou na estrada, voltando do Mato Grosso do Sul. Estamos rodando nosso próximo longa! Nos despedimos de lá com as notícias dos ataques em Amambai, que fica há uns 80 km de onde estávamos. Mas vivemos dias muito alegres lá, pois Sueli e a irmã reencontraram o pai, um importante rezador kaiowá que viveu anos nos Maxakali durante a Ditadura Militar. Ele voltou pro MS quando elas eram crianças, há 45 anos, e desde então nunca haviam se reencontrado!

Que honra! Te envio o link sim, claro! Te mandei pelo e-mail. Me diz se chegou pra você.

Por aí como vcs estão? Espero que esteja(m) bem!

*

Setembro de 2022. Estou mais uma vez de saída da Terra Indígena Krahô. Em oito horas chego a Palmas, se os pneus da camioneta não estoirarem no cascalho escaldante da BR-010 e se o motor resistir a mais trezentos quilómetros de poeira.

Olho para fora: a imensidão do deserto de pasto e soja aumenta a cada vez que regresso. Volto a pensar no Nũhũ Yãg Mũ Yõg Hãm: Essa Terra É Nossa. Aqui e no filme, a mesma necropaisagem. No Tocantins ou em Minas Gerais, na Amazónia ou no Mato Grosso, a colónia extrativista continua em expansão. O que fazer com as imagens da destruição?

Nũhũ Yãg Mũ Yõg Hãm é um sopro de sobrevivência no meio das ruínas. Gestos da revolução: a da retomada (o título do filme gritado e depois pintado de vermelho nas paredes da cidade); e a revolução da palavra falada e cantada. Filme em movimento, o coletivo Tikmũ’ũn calcorreando as lucrativas fazendas, mapeando a destruição. Revolve-se a terra, a memória da terra: é ela quem vê, é ela quem fala.

Filme de acção, em acção. Morre o cinema, nasce o cinema. Revolução nas imagens: somos convocados a testemunhar a aniquilação mas ao mesmo tempo o filme exige-nos que não acreditemos em definitivo nela. Que potência, esta câmara-vida nas mãos dos Tikmũ’ũn, a pisar os chãos de agora e de outrora, percorrendo em abismo as veias abertas da sua terra. Câmara que mobiliza (os espíritos), que evoca (os mortos), que confronta (o invasor) e que grita (a resistência!).

As imagens do cerceamento. Não apenas o risco do real mas os riscos reais, vida e morte: os fazendeiros que invadiram a terra, invadem também o plano cinematográfico. Mas o filme devolve mais abertura, em todas as frentes: abundância de imagens disruptivas, drones, cantos e performances, desenhos antigos, citações, relatos, palavras pintadas, filmes de arquivo, discursos e revisitações históricas, travellings reflexivos. Filme-mito, que se pensa na relação dos elementos, sempre nessa vertigem vital. Filme-pajé, buscando a cura e dando a ver outras presenças. Aquilo que vemos não é tudo o que aqui está.

“Que a terra volte a ficar viva para nós! Que volte a ser grande a nossa terra. Para as nossas crianças. Para a gente poder se espalhar de novo, por essas terras onde os brancos se mataram.”

João Salaviza

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