Num intervalo de 12 horas assisto ao programa de Georges Didi-Huberman intitulado Cinema de Poesia e a Furious 7 (Velocidade Furiosa 7, 2015) de James Wan. A proximidade temporal pode parecer apenas incidental, um caso desses em que os acontecimentos se sucedem sem qualquer relação, numa palavra, coincidência. No entanto estou em crer que a ligação entre as duas sessões é uma mais profunda que a proximidade temporal. Isto é, creio existir entre a ideia de cinema de poesia, como a formulou o filósofo francês, e o projecto conceptual por detrás deste mais recente tomo do serial motorizado uma intersecção não vazia. Acredito portanto que existe na concepção do mais recente filme de Wan (e que é apenas a continuação de um trabalho que lhe é caro) uma intenção poético-fílmica inescapável.
O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.
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[…] Seven (Velocidade Furiosa, 2015), em que – como bem descreveu o Ricardo Vieira Lisboa aqui – captou a acção em planos extremamente largos que reduziam os veículos ao tamanho de micro […]
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