• Homepage
    • Quem Somos
    • Colaboradores
  • Dossier
    • Raoul Walsh, Herói Esquecido
    • Os Filhos de Bénard
    • Na Presença dos Palhaços
    • E elas criaram cinema
    • Hollywood Clássica: Outros Heróis
    • Godard, Livro Aberto
    • 5 Sentidos (+ 1)
    • Amizade (com Estado da Arte)
    • Fotograma, Meu Amor
    • Diálogos (com Estado da Arte)
    • 10 anos, 10 filmes
  • Críticas
    • Cinema em Casa
    • Em Sala
    • Noutras Salas
    • Raridades
    • Recuperados
    • Sem Sala
  • Em Foco
    • Comprimidos Cinéfilos
    • Divulgação
    • In Memoriam
    • Melhores do Ano
    • Palatorium Walshiano
    • Passatempos
    • Recortes do Cinema
  • Crónicas
    • Entre o granito e o arco-íris
    • Filmes nas aulas, filmes nas mãos
    • Nos Confins do Cinema
    • Recordações da casa de Alpendre
    • Week-End
    • Arquivo
      • Civic TV
      • Constelações Fílmicas
      • Contos do Arquivo
      • Do álbum que me coube em sorte
      • Ecstasy of Gold
      • Em Série
      • «Entre Parêntesis»
      • Ficheiros Secretos do Cinema Português
      • Filmado Tangente
      • I WISH I HAD SOMEONE ELSE’S FACE
      • O Movimento Perpétuo
      • Raccords do Algoritmo
      • Ramalhetes
      • Retratos de Projecção
      • Se Confinado Um Espectador
      • Simulacros
      • Sometimes I Wish We Were an Eagle
  • Contra-campo
    • Body Double
    • Caderneta de Cromos
    • Conversas à Pala
    • Crítica Epistolar
    • Estados Gerais
    • Filme Falado
    • Filmes Fetiche
    • Sopa de Planos
    • Steal a Still
    • Vai~e~Vem
    • Arquivo
      • Actualidades
      • Estado da Arte
      • Cadáver Esquisito
  • Entrevistas
  • Festivais
    • Córtex
    • Curtas Vila do Conde
    • DocLisboa
    • Doc’s Kingdom
    • FEST
    • Festa do Cinema Chinês
    • FESTin
    • Festival de Cinema Argentino
    • Frames Portuguese Film Festival
    • Harvard na Gulbenkian
    • IndieLisboa
    • LEFFEST
    • MONSTRA
    • MOTELx
    • New Horizons
    • Olhares do Mediterrâneo – Cinema no Feminino
    • Panorama
    • Porto/Post/Doc
    • QueerLisboa
  • Acção!
À pala de Walsh
Crónicas, Ecstasy of Gold 1

Verão é quando o Rohmer quiser

De Tiago Ribeiro · Em 6 de Setembro, 2016

Escrever um conjunto de palavras sobre um filme do Eric Rohmer é algo que se poderá fazer em qualquer altura do ano gregoriano, mas talvez não haja época mais propícia a tais considerandos do que a do verão, ainda por cima com estas temperaturas altíssimas que assolam Portugal Continental em inícios de Setembro. Que outro realizador, afinal, se poderá mais associar a praia, mar, províncias com brisa veraneante, ou amores passageiros com estâncias balneares como pano de fundo? E que melhor representação de tudo isso do que precisamente o Conte d’été (Conto de Verão, 1996), o terceiro dos seus contos das quatro estações? Há de tudo isso a partir dos sete minutos e quarenta segundos do filme, mas a maravilha maior da obra está nos seus primeiros sete minutos e trinta e nove segundos, quando o Rohmer coloca um tipo (Melvil Poupaud) a chegar a um paraíso no norte de França e o “obriga” a experimentar, sozinho, os sons da terra, as comidas locais, o sol na testa e a visão das beldades da província. É bonito. Começa assim, a sua mini aventura pedestre:

Conte d'été

Conte d'été

Conte d'été

Conte d'été

Conte d´été

Os americanos, na sua economia clássica, colocariam um plano do Poupaud a sair do barco, outro a andar, e outro a chegar ao destino. Rohmer, mantendo a simplicidade dos processos, pergunta “mas por que razão não deveríamos acompanhar este sujeito no seu trajeto?”. E lá vamos nós com ele, acompanhando-o na apreensão do ambiente, questionando qual o ponto de chegada do tocador de guitarra.

Conte d'eté

Conte d'été

Conte d'été

Chegados a casa, temos mais dilatação do tempo. Era o que faltava era entrar numa casa de férias providenciada por um amigo e não começar logo a investigar as propriedades da mesma. Ainda falta um bocado para o filme começar, e há que desfrutar destes preciosos momentos em que nada acontece. Fora de campo e fora de fotograma, a praia já deverá estar cheia.

Conte d'été

Conte d'été

Afinal não. Deveria estar nortada da grossa. Aproveita-se para ir para a esplanada. Eric, com muitos anos disto, sabe que estar numa esplanada a levar com “silenciosos” ataques sensoriais por todo o lado é um dos requisitos obrigatórios do verão. Se der para comer e beber qualquer coisinha, melhor ainda.

Conte d'été

Luz natural. Felizmente, e apesar de estarmos em plenos anos noventa, não serão os acordes do “More Than Words” dos Extreme que sairão da viola.

Conte d´été

Conte d'été

Sem cair no pictorialismo, Rohmer, subtilmente, faz-nos ir buscar os calções, os ancinhos, as pás, as raquetes, as braçadeiras e a bola de futebol Mikasa que provavelmente irá acertar na cabeça de alguém mais desprevenido. É o que se leva desta vida.

Conte d'été

Conte d'été

Estarmos de férias de verão, sem ninguém a dar-nos cabo do juízo, não significa necessariamente que não possam existir momentos de alguma preocupação.

Conte d´eté

E pronto, começa o filme.

Partilhar isto:

  • Twitter
  • Facebook
Éric RohmerMelvil Poupaud

Tiago Ribeiro

Em Dezembro de 1963, Jean-Luc Godard, sentado numa esplanada em Saint-Germain-des-Prés, proferiu o seguinte: "estou sentado numa cadeira numa esplanada e o cinema faz este mês sessenta e oito anos". Um "jeu de mot" polémico (como sempre, no mestre) mas que em retrospectiva nos parece de uma clarividência singular.

Artigos relacionados

  • Crónicas

    Não à blindagem

  • Crónicas

    Apocalypse Now: as portas da percepção

  • Crónicas

    A medida das coisas

1 Comentário

  • “Conte d’été”: o acaso à beira-mar plantado | À pala de Walsh diz: 11 de Abril, 2022 em 19:51

    […] estação do ano, que Tiago Ribeiro tão bem descreveu, não sem um toque de humor, na sua crónica “Verão é quando o Rohmer quiser”. Este início é tão mais surpreendente na medida em que abdica completamente do diálogo, […]

    Inicie a sessão para responder
  • Deixe uma resposta

    Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.

    Últimas

    • Não à blindagem

      6 de Fevereiro, 2023
    • “No Bears”: só há ursos quando os homens assim os legitimam

      3 de Fevereiro, 2023
    • “Aftersun”: a tensão suave da memória

      1 de Fevereiro, 2023
    • “Time to Love”: amor, um caminho interior

      31 de Janeiro, 2023
    • Apocalypse Now: as portas da percepção

      30 de Janeiro, 2023
    • A medida das coisas

      26 de Janeiro, 2023
    • “Saute ma ville”, “La Chambre” e “Portrait d’une paresseuse”: a casa-retrato de Chantal Akerman

      25 de Janeiro, 2023
    • “Terrifier 2”: ‘gore, gore, gore’

      24 de Janeiro, 2023
    • O sol a sombra a cal

      23 de Janeiro, 2023
    • “Ar Condicionado”: a potência do incerto

      18 de Janeiro, 2023
    • “The Bad and the Beautiful”: sob o feitiço de Hollywood, sobre o feitiço de Hollywood 

      17 de Janeiro, 2023
    • Três curtas portuguesas à porta dos Oscars

      16 de Janeiro, 2023
    • “Barbarian”: quando o terror é, afinal, uma sátira contemporânea

      13 de Janeiro, 2023
    • “Frágil”: apontamentos sobre o cinema da amizade

      11 de Janeiro, 2023
    • “Broker”: ‘babylifters’

      10 de Janeiro, 2023
    • Quem Somos
    • Colaboradores
    • Newsletter

    À Pala de Walsh

    No À pala de Walsh, cometemos a imprudência dos que esculpem sobre teatro e pintam sobre literatura. Escrevemos sobre cinema.

    Críticas a filmes, crónicas, entrevistas e (outras) brincadeiras cinéfilas.

    apaladewalsh@gmail.com

    Últimas

    • Não à blindagem

      6 de Fevereiro, 2023
    • “No Bears”: só há ursos quando os homens assim os legitimam

      3 de Fevereiro, 2023
    • “Aftersun”: a tensão suave da memória

      1 de Fevereiro, 2023
    • “Time to Love”: amor, um caminho interior

      31 de Janeiro, 2023
    • Apocalypse Now: as portas da percepção

      30 de Janeiro, 2023

    Etiquetas

    1970's 2010's 2020's Alfred Hitchcock François Truffaut Fritz Lang Jean-Luc Godard John Ford João Bénard da Costa Manoel de Oliveira Martin Scorsese Orson Welles Pedro Costa Robert Bresson

    Categorias

    Arquivo

    Pesquisar

    © 2021 À pala de Walsh. Todos os direitos reservados.