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À pala de Walsh
Contra-campo, Sopa de Planos 0

Um brinde às celebrações!

De À pala de Walsh · Em 24 de Janeiro, 2013

Festarola, festança, festa da grossa… É o que costuma acontecer na passagem de ano, para espantar os maus espíritos do ano que está prestes a terminar e… para entrar no novo com uma ressaca de todo o tamanho. Bem-estar no fim do ano significa mal-estar na entrada no novo ano. Mas, boa notícia, não é só dessas farras de que a vida é feita. A sopa de planos deste mês celebra, sem pudor, as mais variadas formas de celebração. Tchin tchin!

Aviso: a festa é de gala. Vista o seu melhor fato, borrife-se com o seu melhor perfume, agora ponha-se direito e dê ares de “gente importante”. Não, não é assim, é assim: como Grace Kelly e Cary Grant em To Catch a Thief (Ladrão de Casaca, 1955) de Alfred Hitchcock. Decididamente não vamos lá consigo, é mesmo um completo caso perdido… bem, esqueça: esta festa não é para si. Riviera francesa, as famílias mais ricas da Europa, alto pedigree em cada esquina e em cada gesto. É de noite: a festa que desfaz o céu em faíscas coloridos – o fogo de artifício mais erótico do planeta, que viria a obcecar um realizador avant-garde chamado Warren Sonbert – é uma extensão daquela que, dentro de portas, promove o encontro entre Cary Grant, o infame ladrão de jóias à procura de redenção, e Grace Kelly, jovem de beleza chocante que procura – imagine-se! – marido. Enquanto ela provoca o olhar de Grant com as suas jóias – mas, sinceramente, alguma vez é para elas que ele olha? – lá fora o fogo de artifício arrebata a noite em picos de excitação multicolor. Sexo puro numa fantasia festiva demasiado chique para mim e para si.

Luís Mendonça

Uma festa pode ser muitas coisas, tem sempre muitos ângulos possíveis e quem também sempre soube disso, foi Blake Edwards. Provou-o quando filmou dois batalhões inimigos a ter que encenar uma batalha para encobrir uma noite de bebedeira em What Did You Do in the War, Daddy? (Que Fizeste na Guerra, Paizinho?, 1966), provou-o quando transformou Jack Lemmon e Lee Remick em chulos e prisioneiros das noitadas de Days of Wine and Roses (Escravos do Vício, 1962) e, finalmente, quando levou a coisa magistralmente à letra e filmou The Party (A Festa, 1968) com Peter Sellers. Como não conheço os primeiros filmes de Edwards, ainda sob a alçada de Richard Quine, para quem tinha escrito guiões no início dos anos 50 (e que são muito difíceis de ver), assumo – se calhar mal – que a obsessão pelas festas tenha começado com Breakfast at Tiffany’s (Boneca de Luxo, 1961). Mais do que nos dizer o que é uma festa, Edwards mostra-nos quem vai a uma festa e o que lá faz, deixando-nos tirar as nossas próprias conclusões. Aqui, a provocação é ser-nos sugerido que pode ser território corrompido onde reinam os interesses e os esquemas. E que tem consequências maiores que a ressaca. Podemos vergar-nos a tudo: ao orgulho, ao trabalho, ao dinheiro, às aparências; mas como a mulher que, nessa noite, chora de copo na mão quando vê o seu reflexo no espelho, há quem se consiga olhar de cima a baixo e fazer de certas festas celebrações genuínas (e lições) de vida. Que o diga Holly Golightly.

João Palhares

Festeja-se a vitória dos Aliados sobre o Japão, o fim definitivo da Segunda Guerra Mundial, num clube nocturno nova-iorquino. Toda a gente parece feliz e contente: atiram-se confettis, os homens sequiosos engatam mulheres desejosas. Mas, como na célebre fotografia do marinheiro e da enfermeira em Times Square, há um ligeiro travo a violação. Pelo menos, na “sedução” que Jimmy Doyle faz a Francine Evans. Liza Minnelli não é especialmente bonita, apenas está disponível. E, no entanto, Robert De Niro não a larga, mais psicótico do que nunca, segue-a para todo o lado, fala incessantemente, é obnóxio, conquista-a pelo cansaço, mesmo se em nenhum momento se sinta qualquer paixão da sua parte ou mesmo desejo, tão-só a necessidade de esvaziar o que não pôde ser aliviado nos anos da Guerra. Em New York, New York (1977), De Niro é uma coisa brutal e animal [mais do que em Mean Streets (Os Caveleiros do Asfalto, 1973), mais do que em Taxi Driver (1976), mais do que em Raging Bull (Touro Enraivecido, 1980), mais do que em Cape Fear (O Cabo do Medo, 1991)], que contrasta com o ambiente festivo, os décors esplendorosos, a música suave das big bands, a inocência da filha de Judy Garland e Vincente Minnelli. New York, New York é a mistura perfeita do Musical com o filme de gangsters [não é de todo um filme de gangsters mas Jimmy Doyle pertence a Goodfellas (Tudo Bons Rapazes, 1990) ou a Casino (1995)], de que só o cocaínado, tenso, barbudo, nervoso, desequilibrado Martin Scorsese se lembraria e fica logo demonstrada nesta genial sequência inicial.

João Lameira

De todas as festas que cada ano nos reserva, o Carnaval é aquela que menos me atrai, são cabeçudos, bebedeiras, confettis e uma panelada de serpentinas que esvoaçam por todo o lado. Mas o cinema tem essa capacidade extraordinária de nos fazer gostar de ver em filme aquilo que não gostamos nas nossas vidas. Pois bem, talvez bastassem os primeiros cinco minutos de The Devil is a Woman (O Diabo é uma Mulher, 1935) de Josef von Sternberg para me decidir a vestir de matrafona e ir abanar as pendurezas para a rua no início do próximo mês. Talvez nem tanto. Mas a verdade é que aquele início é absolutamente hipnotizante: os campo/contra-campo entre Dietrich e o seu pretendente no meio da folia carnavalesca (filmada, pelo próprio Sternberg, num reluzente preto-e-branco) em que uns risinhos e uns beijos largados ao vento bastam para que o mocinho mascarado se envolva na teia (de serpentinas e a outra também) que a viúva negra (Concha/Marlene) lhe prepara tão delicadamente. Mas se os primeiros minutos são de festarola treslocada, os restantes serão de paixão assolapada e manipulação desavergonhada: Sternberg adapta o romance de Pierre Louÿs, que seria também a matéria-prima para o filme final de Buñuel, com esse premonitório título Cet obscur objet du désir (Esse Obscuro Objecto do Desejo, 1977), num período e num país onde os códigos de censura já não vigoravam. Talvez por isso mesmo, pelos cortes significativos que o filme sofreu, Sternberg tenha frisado os subentendidos; ou seja, tenha feito das nossas perversões a matéria do filme (talvez as minhas envolvam matrafonas).

Ricardo Vieira Lisboa

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