I believe in all hallucinations. I believe in all mythologies, memories, lies, fantasies and evasions. I believe in the mystery and melancholy of a hand, in the kindness of trees, in the wisdom of light.
J. G. Ballard
À citação em epígrafe apetece juntar que acreditamos no poder da coincidência, uma vez que as frases de Ballard chegaram até nós sem nada termos feito para isso, oferecendo a muito sintética, justa e poética tradução do filme La fille de nulle part (A Rapariga de Parte Nenhuma, 2012) de Jean-Claude Brisseau. Como se tivessem elas próprias vindo “de parte nenhuma” para se adequar a um objecto que apresenta todo um potencial especulativo, transcendental, e simbólico, que parece estar a contracorrente do seu despojamento de processos cinematográficos e da quase total concentração dos acontecimentos num único espaço, que corresponde à habitação de Brisseau na vida real.
O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.
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[…] mais aclamadas entre nós desde a nossa fundação, há 5 anos. Por isso, incluímos no livro a crítica ao filme da autoria de Ricardo Gross. Em «A Sabedoria da Luz» (pp. 177-178), Gross escreve […]
[…] leão ferido, Brisseau se retirou para o seu apartamento sem saber que esperava a vinda de uma “rapariga de parte nenhuma”. A sua casa era a primeira personagem, verdadeiro covil cultural repleto, até ao tecto, de livros, […]