Depois de filmar a vida corriqueira de personagens mais ou menos marginais à sociedade – as coisas não são assim tão simples, quando mais não seja porque os marginais não têm vidas propriamente corriqueiras -, Kelly Reichardt atirou-se ao filme de género. Meek’s Cutoff (O Atalho, 2010) era um western Hellmaniano, metafísico, que trabalhava as questões da dúvida e da fé ao ponto de deixar ao espectador o livre arbítrio de acreditar naquilo que quisesse. O mais recente Night Moves (2013), um thriller (à falta de melhor palavra) minimalista, que rouba o título a um thiller dos anos 70 com Gene Hackman (o que não parece totalmente inocente), prossegue por esse trilho.
O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.