ou Form(ul)as de Maria Lassnig: Baroque Statues (1970-74) & Iris (1971)
De uma estátua, um corpo; de um passo, um movimento; de uma representação, uma paralisação. Um fluxo de constantes invade uma imagem que ambiciona a construção de uma representação fora das linhas da conformidade.
Baroque Statues (1970-74) Baroque Statues (1970-74)
O ideal do corpo passa por um molde estagnado, um sem fim sem possibilidades.
Aqui, a câmara transforma, a cor cria.
Baroque Statues (1970-74) Baroque Statues (1970-74)
Do fixo à dança; do luxuoso ao gasto; do sublime ao banal. Uma paragem de instantes retira o potencial do concreto, explora os limites de uma metamorfose distrófica.
Baroque Statues (1970-74)
Uma geometria corporal permite a simbiose entre o natural e o humano, reduz o deslumbramento do erotismo e transforma o (típico) objecto de alvo de desejo – o escondido, o proibido, o tapado, o explorado – numa forma que pertence ao plano de existência real.
Iris (1971) Iris (1971) Iris (1971)
O corpo é o sujeito. Mas o sujeito é mudo. Canções de um outrora idealizado embalam o silêncio daquele que define o percurso.
O corpo é o sujeito. Mas o sujeito tem forma. Camadas sobre um outrora canónico destroem o nosso caminho.
Iris (1971) Iris (1971)
O corpo projecta-se. Mas o sujeito forma-se.
O corpo perde-se. Mas o sujeito define-se. Sabotagem da expectativa: colapso do sistema que impõe, que define, que destrói.
O corpo é o corpo. O sujeito é múltiplo.
A forma é amorfa. A forma é amorfa.
Amor f (ormul) a.
The Ballad of Maria Lassnig (1992)
Um todo que repele o interesse cego do carnal: de um corpo, uma estátua; de um movimento, um passo; de uma destruição, uma for(mul)a sem limites.