Escrever que “James Gray é um cineasta de outro tempo” é um lugar comum cuja justeza é inegável face à obra do realizador nova-iorquino. Por duas grandes razões. A primeira, a mais superficial talvez, tem a ver com a aproximação de Gray aos movie brats da década de 70 – o PREC hollywoodiano que acabaria no “25 de Novembro” de Heaven’s Gate (As Portas do Céu, 1980) perpetrado por Michael Cimino -, geração a que se quis juntar com vinte anos de atraso [contando com o seu primeiro filme Little Odessa (Viver e Morrer em Little Odessa, 1994) que, por sua vez, faz agora vinte anos]. A segunda, a mais séria (duplamente), com a falta de ironia no seu cinema, de que James Gray fala numa entrevista recente e faz dele um dos mais antiquados realizadores em actividade (não me restrinjo aos norte-americanos).
O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.
2 Comentários
[…] pela mesma fotografia pastelona de Darius Khondji [capaz de bem melhor, como provou recentemente em The Immigrant (A Emigrante, 2013)], que a aproximação ao universo de P.G. Wodehouse torna ligeiramente mais […]
[…] en scène de que Gray já se provou mais do que capaz [afinal, falamos do cineasta que acabou The Immigrant (A Emigrante, 2013) a reinventar o split screen], o reencontro pai-filho apressadamente […]