Caderneta de Cromos é um questionário breve, mais ou menos imbecil, sobre o mundo do cinema, em geral, e sobre o mundo em toda a sua inteireza, em particular. O terceiro cromo da nossa caderneta é o crítico de cinema Vasco Baptista Marques, que assinou, nesta casa, a deliciosa crónica «ENTRE PARÊNTESIS».

1 – Que actor ou actriz te faz eriçar as pilosidades?
Se é de pilosidades que se trata: a Annie Girardot [por causa do La donna scimmia (The Ape Woman, 1964) do Ferreri] e o Peter Mayhew (por causa do Chewbacca).
2 – Dos pecados capitais que conheces qual o pior na realização de um filme? Porquê?
A luxúria, porque serve de base aos insuportáveis rodriguinhos do Sorrentino (e outros produtos processados do mesmo calibre).
3- Se todos os filmes do mundo tivessem 3 minutos, qual era para ti o melhor filme da história do cinema?
Aquele que mais teria gostado de ver, nesse triste universo paralelo.
4 – Que filme levarias para uma ilha infestada de turistas?
O Cannibal Holocaust (Holocausto Canibal, 1980) do Ruggero Deodato, evidentemente.
5 – Estado do cinema nacional: cataclismo ou a sétima maravilha da cultura ocidental?
Não sei que raio de coisa possa ser «o cinema nacional».
6- Qual o cineasta mais injustamente esquecido do cinema português?
Aquele de que não me lembro.
7 – A quem mais te apetecia dar um beijinho repenicado na bochecha: ao Gaspar Noé ou ao Albert Serra?
Ao Gaspar Noé só me apeteceria dar o mesmo tratamento que o Vincent Cassel dá ao Ténia (acho que era esse o nome do bicho) na sequência final do Irréversible (Irreversível, 2002). A partir daqui, creio que a resposta à pergunta poderá ser deduzida com facilidade.
8 – Qual o melhor sítio da casa para fazer amor?
O poliban, quando devidamente higienizado.
9 – Qual o melhor sítio da casa para ver um filme?
O salão nobre.
10 – Qual a utilidade de uma pessoa como tu, quer dizer, um crítico de cinema?
Como tudo o que é maravilhoso nesta vida: absolutamente nenhuma.