Na entrevista a José Navarro de Andrade, constante da antologia de textos Fernando Lopes – Profissão: Cineasta editada agora pela Cinemateca, Fernando Lopes fala de O Fio do Horizonte (1993) como o filme do relançamento da sua carreira. Era uma co-produção luso-francesa, com actores e técnicos estrangeiros, com bons meios de produção, que se seguia a uma experiência no “filme de argumento”, que, segundo Lopes, o amadorismo deitou a perder. O Fio do Horizonte acabaria por ser também a obra mais “internacional” do realizador português, sendo exibida em diversos países, na versão falada em francês (houve também uma versão portuguesa, a exibida no nosso país, em que Claude Brasseur foi dobrado por Joaquim de Almeida). Não é, porém, um filme convencional ou, para facilitar, um “filme comercial”. Se Fernando Lopes se preocupou com o público, não deixou de fazer um filme profundamente pessoal, ou seja, “de autor”.
O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.