A matemática sempre foi o papão de muita gente. Para mim não o era até passar a ser, como aquelas alergias que se criam pelo excesso. Mas o papão de muita gente é um bicho horrendo que tem origem numa mitologia popular que teima em franzir o nariz sem antes provar. Um medo mental que nunca é físico. Mas a matemática está exactamente no intervalo que vai do mental ao concreto (a linguagem matemática) e o cinema tem procurado descrever esse momento de passagem, ilustrando-o quase sempre diante de uma vidraça, de uma ardósia ou directamente no ecrã – esquecendo que o papel e o lápis (e o computador) são afinal os maiores amigos de todo o investigador.